Da Agência Brasil
Brasília – A safra brasileira de grãos 2002/2003 poderá chegar ao recorde de 122,3 milhões de toneladas, segundo a última estimativa feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada hoje.
Se confirmada, a produção nacional de cereias, leguminosas e oleaginosas será 26,5% superior à colheita de 2001/2002, que foi de 96,76 milhões de toneladas.
Em relação à pesquisa anterior, divulgada em junho, a estimativa teve um aumento de 2,2 milhões de toneladas. Segundo a Conab, a alta foi motivada pelas safras maiores de milho e trigo.
De acordo com presidente da Conab, Luís Guedes Pinto, a safra recorde 2002/2003 é resultado dos investimento dos agricultores, da profissionalização do setor por meio de novas tecnologias agrícolas, condições climáticas, e do câmbio que foram favoráveis no ano passado.
A estimativa para a safra foi feita a partir de levantamento realizado por 31 técnicos da Conab, entre os dias 25 e 30 de agosto, em 486 municípios brasileiros. Os técnicos ouviram 850 produtores e aplicaram 933 questionários nesses municípios.
Destaques
Os destaques da safra 2002/2003 são as culturas de soja, milho, trigo e feijão. A produção de milho está estimada em 47,4 milhões de toneladas, novo recorde, que representa um crescimento superior de 34% em relação a última safra, decorrência de uma ótima safrinha estimada em 12,6 milhões de toneladas.
O clima favorável até o momento foi o grande responsável pela safra recorde de trigo, que este ano foi 76% superior à da safra passada 2001/2002. A estimativa da produção é de 5,1 milhões de toneladas. De acordo com Luís Guedes, o país vai produzir metade do trigo que consome.
O levantamento da Conab apresenta também a excelente safra de soja, que chega a uma produção de 52 milhões de toneladas. Esse valor representa um acréscimo de 24,2% com relação a última safra.
Outro destaque foi o feijão. As três safras do grão somadas vão chegar a 3,26 milhões de toneladas, representando uma variação de 9,3% em relação a colheita da última safra, que foi de 2,98 milhões.
A má noticia do levantamento é que a produção de arroz deve ser 1,9% menor – 10,42 milhões de toneladas – do que na safra passada. A cultura sofreu com o excesso de chuvas no Rio Grande do Sul, que prejudicou o plantio. A área plantada, segundo a estimativa, será 0,9% menor também.
Desse modo, conforme Guedes, o Brasil vai importar cerca de um milhão de toneladas para atender a demanda nacional.