Marina Sarruf
São Paulo – A empresa paulista Selene, fabricante de tecidos para confecções em geral, pretende começar a importar fios e tecidos de algodão egípcio para produzir roupas femininas e infantis e camisaria masculina. A idéia é importar de 15 a 20 mil quilos de fios por mês. A companhia já importa a matéria-prima do Egito há dez anos para a fabricação de meias e agora quer ampliar a linha de produtos.
"Já trabalhamos com roupas, mas não utilizamos algodão egípcio, que tem uma ótima qualidade industrial", afirmou o diretor industrial da empresa, Paulo Wagner de Nadai. Ele e o coordenador de suprimentos, Sérgio Miragaia, estiveram ontem (29) no segundo dia da Exposição do Algodão Egípcio, no Espaço Câmara Árabe em São Paulo.
De acordo com Nadai, os produtos fabricados com a matéria-prima egípcia têm muito mercado, tanto no Brasil como no exterior. "É um produto diferenciado", disse. O executivo afirmou também que, além da taxa cambial estar favorável para a importação, as confecções produzidas com o algodão egípcio representam novas opções para os consumidores. "A tendência da moda atualmente é usar produtos naturais e, como a Selene faz moda, temos que nos atualizar", acrescentou.
A Selene está localizada em Cerquilho, interior de São Paulo, produz dois milhões de pares de meias e 1,2 milhão de metros lineares de tecido por mês. A empresa exporta cerca de 15% de sua produção para Portugal, Colômbia, Argentina, Paraguai e Uruguai. Ela emprega 700 funcionários.
Negócios
Outra empresa que visitou a exposição foi a Dohler, uma das maiores fabricantes brasileiras de produtos têxteis para cama, mesa, banho, decoração e tecidos industriais, sediada em Joinville, Santa Catarina. A companhia fechou um pedido de importação de fio cru para a fabricação de toalhas de banho. De acordo com o consultor de vendas da Lotas, Yasser Keshk, a empresa ainda não especificou o volume. "Eles fizeram um pedido experimental. A idéia é produzir as toalhas no Brasil para exportar", disse.
Além do mercado interno, a Dohler já exporta para mais de 40 países e, segundo Keshk, pretende voltar a fabricar produtos com o algodão egípcio. A empresa está instalada num complexo de 200 mil metros quadrados.
Para Keshk, o algodão egípcio está sendo procurado porque é uma matéria-prima que agrega valor ao produto, principalmente para as empresas que pretendem exportar. "O fio egípcio já é muito conhecido no mundo, então é mais fácil introduzir em novos mercados", acrescentou. A exposição começou na quarta-feira (28) e termina hoje (30).
Serviço
Exposição do Algodão Egípcio
Programação
Hoje das 10 às 17 horas
Local
Espaço Câmara Árabe
Avenida Paulista, 326, 11° andar
Informações
Câmara de Comércio Árabe Brasileira
Departamento de Marketing
Tel: +55 (11) 3283-4066
E-mail: marketing@ccab.org.br
Site: www.ccab.org.br

