Cidade do Kuwait – A Conferência Internacional para a Reconstrução do Iraque começa nesta segunda (12) e vai até quarta-feira (14) na Cidade do Kuwait. O evento reunirá mais de 70 países e instituições, além de representantes de 1.850 empresas de todo o mundo, e busca levantar cerca de US$ 88 bilhões em investimentos.
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O objetivo do evento é promover segurança e estabilidade no Iraque ao dar os primeiros passos rumo à reconstrução do país, contando com a participação efetiva da comunidade internacional, do setor público, de fundos soberanos, do setor privado e de organizações não governamentais (ONGs) atuantes em causas humanitárias e de desenvolvimento. Para alcançar tal objetivo, o Banco Mundial está participando da conferência para dar garantias ao setor privado.
Em coletiva de imprensa neste domingo (11), o ministro de Relações Exteriores do Kuwait, Sabah Al-Khalid Al-Hamad Al-Sabah, disse que está convencido de que os objetivos da conferência serão atingidos. Ele disse também que “o Iraque não precisa de doações, mas sim de investimentos da comunidade internacional”. Sabah mencionou que “o fundo soberano do Kuwait está mais que disposto a ajudar o Iraque neste momento crucial”, mas não divulgou números sobre quanto o fundo pode investir.
Autoridades como o secretário geral da ONU, António Guterres, o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, e a Alta Representante da União Europeia para Política Externa e Segurança, Federica Mogherini, e o primeiro-ministro do Iraque, Haider Al-Abadi, estão confirmados para o último painel, na quarta-feira. A participação do secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, está confirmado para terça-feira (13).
Representando o Brasil estará o embaixador do País no Kuwait, Norton Rapesta, e a diplomata e vice-diretora da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), órgão do Ministério das Relações Exteriores, Andréa Watson, além da chefe do escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para o Oriente Médio, Karen Jones.
Para Rapesta, o fato do Kuwait sediar o evento não é só uma questão comercial. "O Kuwait tenta se mostrar como um país equilibrado e generoso, um país que se preocupa com seus vizinhos, e é tido como um país confiável, portanto se apresenta como mediador, ele tem capital político para isso."
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A estrutura do plano de recuperação do Iraque inclui cinco pilares, são eles: governança, reconciliação e construção da paz, desenvolvimento humano e social, infraestrutura e desenvolvimento econômico. O foco é no envolvimento do povo iraquiano e na conquista de elementos de estabilidade e bem-estar, a partir da reconstrução da infraestrutura, dando oportunidades de emprego, revitalizando a economia local e trazendo investimentos.
Os setores que mais necessitam investimento no país são os de habitação, indústria e comércio, financeiro e de energia. Os organizadores da conferência são o governo do Kuwait e o governo do Iraque, com colaboração do Banco Mundial.
Os pontos principais da conferência serão a mobilização de financiamentos diversos para ajudar o Iraque na sua reconstrução e necessidades de desenvolvimento; a reafirmação do comprometimento da comunidade internacional no apoio à reconstrução do país; a criação de uma agenda comum entre o governo do Iraque e a comunidade internacional para guiar a reconstrução, focando na implementação de soluções duradouras para todos os impactados pelo conflito; apoio para a construção local e nacional; e a promoção de sistemas de proteção social.
*A jornalista viajou a convite do governo do Kuwait