Da Agência Brasil*
Madri – "O povo do Iraque tem uma estrada difícil pela frente, cheia de riscos e de oportunidades. Não vamos deixá-lo sozinho nesta caminhada", disse o Secretário-Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, no discurso de abertura da Conferência de Doadores para a Reconstrução do Iraque, que começou hoje em Madri.
Há diferentes expectativas do que se pode arrecadar com a Conferência. As apostas variam entre US$ 6 e 20 bilhões. Projeções pessimistas se baseiam na posição de Alemanha, França e Rússia, opositores de primeira hora à guerra contra o Iraque.
Além de mandarem representantes do segundo escalão à Madri, esses países têm reiteirado posição de não ampliar ajuda enquanto os Estados Unidos não devolverem o país à administração dos iraquianos.
Annan conclamou todos a fazerem generosas doações, alertando que estimativas do Banco Mundial e da ONU acenam para necessidades de recursos em "escala monumental".
Segundo disse à CNN o chefe do Programa de Desenvolvimento da ONU, Mark Malloch Brown, a reconstrução vai custar algo em torno dos US$ 36 bilhões nos próximos quatro anos.
Os Estados Unidos estimam em US$ 55 bilhões os custos de reconstrução nos próximos cinco anos e já se comprometeram com US$ 20 bilhões. Mas, nem o secretário de Estado norte-americano, Collin Powell, espera arrecadar os US$ 30 bilhões restantes. "Sempre faltará alguma coisa", disse.
Malloch Brown é um dos que acreditam no sucesso da reunião – traduzido na arrecadação de uma boa quantia em dinheiro. Para ele, ajudas generosas viriam dos países do Golfo Arábico, do Japão e do Banco Mundial, por exemplo.
A reunião de hoje é mais técnica. Nela vai-se checar os valores necessários. Autoridades iraquianas estarão tirando dúvidas dos dirigentes estrangeiros sobre o tamanho do estrago.
Sexta-feira é o dia em que irá se saber quanto cada país realmente vai dar para o fundo de reconstrução que terá gerenciamento conjunto do Banco Mundial, da ONU e de autoridades iraquianas.
A segurança foi reforçada na capital espanhola por causa da presença de autoridades e de representantes de organizações não governamentais de 70 países. Cinco mil policiais, tropas de elite e carros blindados patrulham os locais do evento.
*com agências internacionais