Contribuir para a discussão internacional sobre os desafios e as oportunidades apresentados pelos biocombustíveis. Esse é um dos objetivos da Conferência Internacional sobre Biocombustíveis:os biocombustíveis como vetor do desenvolvimento sustentável, que será realizada em São Paulo, de 17 a 21 de novembro.
O evento terá dois segmentos: um conjunto de cinco sessões plenárias, abertas ao público nos dias 17, 18 e 19, e o segmento intergovernamental de alto nível, nos dias 20 e 21, com a participação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Reinhold Stephanes.
Conforme a ANBA antecipou, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai anunciar na abertura da conferência um plano de zoneamento agrícola do Brasil atualmente em preparação pelo Ministério da Agricultura. O estudo vai mostrar quais são as áreas para expansão da agricultura no país, sem incluir a Amazônia, o Pantanal, áreas indígenas, florestas etc.
O estudo do MAPA vai mostrar, por exemplo, que a cana-de-açúcar responde por 16% da matriz energética brasileira. É uma das mais limpas e renováveis do mundo, atrás apenas do petróleo e derivados (37%). Da planta aproveita-se o caldo, o bagaço e a palha, para produção de açúcar, etanol, adubo e bioeletricidade, com vantagem de reduzir impactos ambientais e gerar créditos de carbono.
O território brasileiro, com 851 milhões de hectares, tem menos de 1% ocupado com o plantio da cana para produção de açúcar e álcool. Pouco mais da metade da cana é empregada pelo setor sucroalcooleiro, 57%, para a produção de etanol. O restante vai para a produção de açúcar e um pequeno percentual é destinado a outros produtos como aguardente, rapadura e forragem animal.
Oportunidades
Durante a conferência, o governo federal e especialistas do setor vão apresentar e debater a experiência brasileira de quase 35 anos no uso e na produção do etanol. Com 27 bilhões de litros previstos para a safra 2007/2008, o Brasil é o maior produtor mundial de etanol feito a partir da cana-de-açúcar
São esperados representantes de 50 países. De acordo com o MAPA, a conferência contribuirá para a discussão internacional sobre os desafios e oportunidades apresentados pelos biocombustíveis. Temas relacionados, como segurança energética, produção e uso sustentáveis, agricultura, processamento industrial também serão debatidos, além de questões de especificações e padrões técnicos, comércio internacional, mudança do clima e o futuro dos biocombustíveis.
Commodity
De acordo com a Secretaria de Produção e Agroenergia (SPAE) do MAPA, os investimentos externos no setor industrial do açúcar e do álcool brasileiro estão em torno de 15%. O consumo do etanol já é maior que o da gasolina e os veículos brasileiros flex fuel permitem a utilização de até 100% do etanol hidratado. O álcool anidro é misturado, atualmente, à gasolina na proporção de 25%. O Brasil tem frota estimada em mais de seis milhões de veículos flex. Há previsão de investimentos de R$ 30 bilhões na instalação de novas unidades produtoras até 2012. O país, desde 1925, faz testes utilizando etanol misturado à gasolina.
A intenção do governo é fortalecer a cooperação internacional, difundir a experiência nacional com os biocombustíveis, transmitir conhecimento e tecnologia para, desta forma, criar condições para que outros países também produzam etanol de forma sustentável. Assim, o biocombustível se consolidará como uma commodity que gera investimentos não só no Brasil, mas também em países parceiros do Caribe, África e Ásia.
Pra lá de Marrakech
Mesmo com o tsunami que assola a economia mundial e, por conseqüência, o Brasil, as exportações da cadeia produtiva do agronegócio para os países árabes continua crescendo acima da média das vendas externas do setor para o resto do mundo. Dados do Ministério da Agricultura mostram, por exemplo, que, no mês passado, as exportações brasileiras de produtos agropecuários para a Árabia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Egito geraram uma receita de US$ 357 milhões e 624 mil – o que corresponde a um crescimento de 86,9% em relação a outubro passado.
Interessante lembrar que em outubro desse ano as exportações brasileiras para o mercado mundial somaram US$ 6,6 bilhões – um crescimento de 9,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O campeão
Ao analisar os números da balança comercial de outubro, divulgados na semana passada pelo Ministério da Agricultura, observa-se que as exportações brasileiras do agronegócio para o Egito foram as que mais cresceram, se comparadas ao desempenho dos mais de 150 países que importam produtos agropecuários do Brasil.
Naquele mês, a nação dos faraós comprou do Brasil US$ 92,8 milhões, um crescimento de 168% em relação a outubro de 2007 e foi responsável por 1,4% das exportações do agronegócio do país.
Sauditas e emirados
Também em outubro a Árabia Saudita comprou 2,6% dos produtos agropecuários que o Brasil vendeu para o mundo. Os sauditas importaram US$ 170 milhões e 418 mil, o que corresponde a um crescimento de 86,2% em relação a outubro de 2007.
Cresceram também as exportações do agronegócio para os Emirados Árabes Unidos, que compraram do Brasil em outubro de 2008 US$ 94 milhões e 334 mil dólares – um crescimento de 44,7% em relação ao mesmo mês de 2007. No mês passado, a Árabia Saudita foi o 13º maior destino das exportações do agronegócio brasileiro.
Balança global
No geral, de janeiro a outubro de 2008 as exportações do agronegócio verde-amarelo geraram uma receita de US$ 61,9 bilhões, registrando um crescimento de 26,8% em relação ao mesmo período de 2007. Os dados do MAPA mostram ainda que o saldo comercial do setor registrou uma expansão de US$ 10 bilhões, passando de US$ 41,7 bilhões de janeiro a outubro do ano passado para US$ 51,3 no acumulado de 2008.
No acumulado de 12 meses (novembro de 2007 a outubro de 2008), as vendas externas do agronegócio alcançaram a marca histórica de US$ 71,5 bilhões – uma receita 24,6% maior do que a registrada no período anterior.
De novo
A Embraer vai expor na feira aeronáutica Middle East Business Aviation (Meba), que ocorre no Aeroporto Internacional de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, entre os dias 16 e 18. Será a segunda participação da empresa brasileira em uma mostra do mundo árabe este mês. Ela já apresentou seus aviões na Aviation Expo (Avex), realizada em Sharm El Sheikh, no Egito, de 05 a 08 de novembro.
Em Dubai, a companhia vai mostrar o jato executivo Legacy 600, da categoria “super midsize”, algo como “super médio”, além de uma seção transversal da cabine do Lineage 1000, seu maior avião executivo, baseado na linha de jatos comerciais Embraer 170/190, e um modelo em tamanho natural do pequeno Phenom 300.
Em entrevista à ANBA na véspera da Avex, o diretor de marketing e vendas de aviões executivos para Europa, África e Oriente Médio, Colin Steven, disse que o mundo árabe é um mercado importante para a companhia, que absorveu mais de 10% dos Legacy 600 já vendidos até hoje.
Em nota divulgada pela empresa, Steven afirmou que a feira de Dubai está se tornando cada vez mais popular e que a família de jatos executivos da Embraer teve “excelente receptividade” na região. No domingo (16) a companhia vai realizar uma entrevista coletiva para a imprensa local.