São Paulo – A Tunísia vai receber a 4ª Conferência Internacional sobre Turismo e Comunicação no mês de novembro. Promovido pela Organização Mundial do Turismo (OMT), o encontro é visto por líderes da entidade e tunisianos como uma oportunidade para a Tunísia restabelecer a confiança dos turistas estrangeiros após os últimos atentados terroristas no país.
A decisão de abrigar a conferência foi anunciada no último final de semana pela ministra tunisiana do Turismo e do Artesanato, Salma Rekik. Ela assinou acordo com o secretário-geral da OMT, Taleb Rifai, após decisão tomada na Assembleia Geral da OMT que ocorre até o dia 17 de setembro na Colômbia com 1.500 lideranças do setor turístico e governamentais de 135 países.
A Tunísia foi o primeiro país no qual ocorreu o movimento revolucionário da Primavera Árabe, em 2010, que resultou na deposição do então ditador Zine Al-Abdine Ben Ali, e na transição para um governo democrático. Ben Ali estava no poder desde 1987 e o processo de mudanças na Tunísia é considerado um dos mais bem sucedidos do mundo árabe.
Mas no primeiro semestre deste ano dois atentados terroristas causaram danos ao processo de recuperação econômica pelo qual o país árabe vinha passando, após o estabelecimento de um novo governo. O primeiro ataque aconteceu em março deste ano, no Museu do Bardo, em Túnis, com 22 mortos, e o segundo aconteceu em junho, em um hotel de Sousse, com 38 vítimas fatais, principalmente turistas britânicos.
O turismo, fonte de renda para o país, vem sofrendo com os ataques. Números divulgados pelo Ministério do Turismo e Artesanato da Tunísia mostram que o desembarque de turistas caiu 38,1% de 01 de janeiro a 20 de agosto sobre o mesmo período de 2010, antes da Primavera Árabe. A maior queda aconteceu no desembarque de europeus, de 59%. Sobre o mesmo período de 2014, foram recebidos 29,2% menos turistas europeus.


