São Paulo – A Emirates Airline, de Dubai, pode ter uma queda de faturamento este ano, depois de reduzir o número de rotas devido a ameaças pontuais à segurança de voos, de acordo com reportagem publicada nesta sexta-feira (15) pelo jornal Gulf News, do emirado.
Entre os destinos suspensos estão Kiev, na Ucrânia, e Erbil, no Iraque. A empresa, de acordo com o diário, anunciou que em breve evitará voar sobre partes do espaço aéreo iraquiano devido à instabilidade no país, enquanto que os voos para Kiev foram suspensos em reação à queda do voo MH17 da Malaysia Airlines, abatido em território Ucraniano no mês passado.
“Muitas rotas naturais para uma companhia do Golfo terão de ser recalculadas e vão tomar mais tempo [de voo]”, disse o analista Ernest Arvai, diretor executivo do Arvai Group, empresa de consultoria especializada em aviação, segundo o Gulf News. De acordo com ele, desviar do Iraque em trechos rumo à Europa aumenta a duração da viagem em mais de 45 minutos.
Recentemente, a Emirates suspendeu e depois retomou voos para Peshawar e Karachi, no Paquistão, devido a ataques terroristas no aeroporto. Outro destino suspenso é Conacri, na República da Guiné, depois do surto do vírus Ebola na África Ocidental.
Mesmo sem as suspensões, a companhia já previa redução do faturamento em função da interdição parcial da pista do Aeroporto Internacional de Dubai para obras, o que reduziu a capacidade de pousos e decolagens do local durante 80 dias este ano.
Compensação
Analistas dizem, porém, que a empresa tem capacidade para reduzir as perdas.
Segundo Arvai, a queda de receitas pela interrupção de serviços provavelmente fará a empresa adiantar a introdução de novos serviços, ou aumentar o número de voos para destinos próximos aos que foram suspensos, como alternativa aos passageiros.
O analista Simon Elsegood, do Capa Centre for Aviation, empresa australiana de consultoria na área, acrescentou que a rede da Emirates é tão grande que a companhia pode recolocar voos facilmente para minimizar os problemas.
De acordo com o jornal, a Emirates não respondeu aos seus questionamentos sobre o impacto da suspensão dos voos em seu faturamento.


