São Paulo – A 3ª Conferência Brasileiros no Mundo, que será realizada nos dias 2 e 3 de dezembro, no Rio de Janeiro, vai dar início às atividades do Conselho de Representantes de Brasileiros no Exterior. Os integrantes do conselho, que será um elo entre as comunidades brasileiras no exterior e o governo, foram eleitos este ano. O grupo vai trabalhar para atender as reivindicações vindas dos brasileiros de fora.
No dia 15 de julho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto que estabeleceu diretrizes para uma política governamental para as comunidades brasileiras no exterior. "A realização dessa 3ª Conferência é um marco dessa política para as comunidades brasileiras no exterior. Nós vamos apresentar uma primeira prestação de contas de todas as demandas desses brasileiros", afirmou o subsecretário-geral das Comunidades Brasileiras no Exterior, Eduardo Gradilone.
Foram eleitos 16 membros titulares do Conselho de Representantes de Brasileiros no Exterior e outros 16 suplentes. No total, 298 candidatos concorreram às vagas de suplentes e receberam votos de 21 mil brasileiros do mundo todo. No dia 3 de dezembro, no encontro do Rio, Lula vai dar posse a esse conselho, que será o primeiro do gênero no Brasil e terá assessoramento do Ministério das Relações Exteriores.
Segundo Gradilone, essa conferência é o evento mais importante de interação entre o governo brasileiro e as lideranças comunitárias que vivem no exterior e representam três milhões de brasileiros. A primeira conferência foi realizada em 2008 e desde então o Itamaraty tem promovido um encontro por ano. "Vamos para essa 3ª conferência com um quadro jurídico", disse o subsecretário-geral.
As maiores demandas e reivindicações dos brasileiros no exterior estão ligadas a serviço e assistência consular, política em geral, educação, previdência social, trabalho, saúde, direitos humanos, cultura e temas econômicos. Essas demandas foram divididas em grupos e foi criado um sistema de registro delas. "Alguns assuntos são gerais, valem para todos que vivem no exterior, como, por exemplo, a valorização da imagem do brasileiro", disse Gradilone.
Entre os membros do conselho de representantes, um dos três eleitos para representar o Líbano, que faz parte do Grupo 4, formado por Oriente Médio, Ásia, África e Oceania, é Roberto Khatlab, pesquisador e historiador. Segundo ele, a maioria dos brasileiros que vive no Oriente Médio tem binacionalidade e com isto não sofre tanto com questões como permanência para estrangeiro e adaptação. Diferente das outras regiões, onde a maioria dos membros da comunidade é brasileiro-estrangeiro no país de imigração.
As demandas do Oriente Médio são mais consulares, questões familiares, como por exemplo, divórcio e guarda dos filhos, que na região têm leis bem diferentes das brasileiras. Khatlab sugere a criação de uma cartilha para brasileiros no Oriente Médio, apresentando as leis e tradições da região.