Geovana Pagel
São Paulo – O Brazilian Intelligence in Software (Brains) foi o primeiro consórcio de exportação do setor de Tecnologia da Informação (TI) a ter apoio da Agência de Promoção das Exportações do Brasil (Apex) para ações de promoção internacional. Agora o grupo defende a inclusão do mercado árabe como alvo do Projeto Setorial Integrado (PSI), que irá representar e prospectar negócios para todos os consórcios nacionais no exterior.
“Queremos que os países árabes sejam um dos mercados alvos a serem trabalhados pelo PSI”, afirmou Gilberto Lima Júnior, gerente de Negócios Internacionais do Centro de Tecnologia de Software de Brasília (Tecsoft), entidade responsável pelo consórcio. "A hora para exportar para eles é agora. O mundo árabe, no geral, quer diminuir a dependência dos Estados Unidos e da Europa", completou Lima Júnior.
O interesse do Brains pelo Oriente Médio e Norte da África surgiu depois de um consórcio ter contratado uma consultoria para avaliar mercados potenciais para produtos brasileiros. “Temos parceria com a empresa Árabe Brasil, que hoje representa 12 setores da economia brasileira”, contou.
A viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Oriente Médio, realizada em dezembro de 2003, ajudou a consolidar a parceria com potenciais importadores árabes, como bancos e empresas. “Visitamos várias empresas e abrimos entendimento. De lá pra cá passamos a manter um relacionamento com um grupo de empresários árabes, entre eles o Javna Wireless, da Jordânia, que está em entendimento com duas empresas brasileiras da área de telecomunicações”, disse.
Nos Emirados, o consórcio também pretende estruturar uma base de negócios na Dubai Internet City, zona franca de tecnologia instalada num dos principais centros econômicos e financeiros do Oriente Médio. É um espaço onde as empresas estrangeiras são liberadas da obrigatoriedade de ter um sócio árabe para abrir um negócio no país. “Primeiro queremos mapear o mercado e depois evoluir para desenvolver parcerias”, explicou.
Em abril deste ano, um grupo de empresários árabes esteve no Brasil para participar do International Software Business Meeting (ISBM 2004), cujo objetivo foi reunir clientes estrangeiros interessados em serviços e soluções tecnológicas.
“Com a formalização do PSI, que deve ser protocolado até o final de setembro, todos os consórcios nacionais de TI terão um único objetivo. Assim será possível desenvolver um projeto maior”, garantiu.
A intenção é de que no final do ano, entre outubro e novembro, a primeira ação aconteça em Dubai. “Queremos promover uma missão empresarial coordenada com agendamento de negócios que poderão ser fechados durante as visitas”, afirmou.
O Brains
O consórcio Brains reúne 16 empresas, 14 de Brasília e duas de São Paulo, atuantes em setores diversos, que vão da automação comercial, industrial e bancária a transporte e gestão eletrônica de documentos. O grupo é coordenado pelo Centro de Tecnologia de Software de Brasília (Tecsoft), que por sua vez é um agente da Sociedade para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex).
O Brains fornece às empresas participantes uma consultoria em cada mercado, contratando consultores especializados em cada um dos países ou regiões escolhidas, que conheçam o funcionamento das empresas de base tecnológica.
Organiza, ainda, viagem para eventos internacionais como feiras e missões, formas de promover o software brasileiro no exterior, e oferece qualificação empresarial para preparar o empresário que busca o mercado externo.
As empresas consorciadas no Brains estão voltadas para alguns mercados estratégicos: Estados Unidos, México, Chile, Argentina, Alemanha, Jordânia e Emirados Árabes. O consórcio também abriu negociações com a Austrália. A China também está se tornando um parceiro estratégico.
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