São Paulo – O novo Cônsul Geral do Líbano em São Paulo, Rudy El Azzi, disse ter como um dos grandes objetivos de seu mandato incrementar o turismo da diáspora ao seu país de origem. Em visita à Câmara de Comércio Árabe Brasileira (à direita, na foto acima com o presidente da Câmara Árabe, Rubens Hannun) na tarde de segunda-feira (4), Azzi conversou com a ANBA sobre a comunidade libanesa no Brasil e no Estado de São Paulo.
“Nossa prioridade é a comunidade, que tem mais de 140 anos de imigração para o Brasil. São muitas gerações, alguns já conhecem o Líbano, outros não, e é nosso papel lembrá-los de suas raízes por meio da cultura, viagens ao país e trabalhos em clubes e associações libaneses”, disse Azzi. Segundo ele, um dos papéis do consulado é promover e apoiar eventos feitos pela comunidade, como clubes e associações. “É importante acompanhar o que está acontecendo e estar próximo da comunidade”, disse.
Para fortalecer a imagem do Líbano no Brasil, Azzi disse ser uma de suas prioridades aumentar o turismo dos descendentes de libaneses ao seu país de origem. “A maioria da diáspora nunca visitou, ou visitou há vinte, trinta anos; a visita é necessária não pela movimentação da economia, mas pela promoção do país. Sabemos que é um turismo difícil, não é como ir para a Argentina, mas é importante conhecer pessoalmente para ter a percepção real da cultura libanesa”, refletiu.
E completou, “Muita gente acha que vivemos no deserto e andamos de camelos, mas somos um dos únicos países árabes que não tem deserto; temos montanhas, praias, neve. Quando os árabes do Golfo querem um clima melhor, eles vão tirar férias no Líbano; queremos que as pessoas saibam diferenciar o nosso país dos outros árabes e abram seus horizontes para essa relação”.
Entre os planos culturais está trazer uma famosa trupe de teatro libanesa para o Brasil. “Queremos promover contatos concretos com a cultura através da música, teatro e dança, que é mais importante do que o trabalho nas redes sociais, que já fazemos bem”, pontuou.
Sobre as relações entre o Brasil e o Líbano, Azzi afirmou que são muito boas no campo diplomático – o Brasil comanda uma Missão de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Líbano, na fronteira com Israel -, mas que no âmbito comercial, a troca ainda é modesta. “O Brasil exporta bastante para o Líbano, mas pode exportar mais, e o Líbano também pode vender mais para o Brasil, mas não tem acordo de livre comércio, o que é um grande desafio; é preciso pesquisar e participar para que o Mercosul faça um acordo com o Líbano”, colocou.
O cônsul chegou ao País em abril e ainda está em período de adaptação, conhecendo a cultura brasileira e principalmente a diáspora. Seu posto é responsável pelos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia, e ele estima que o total de libaneses nesses estados seja de cinco milhões de pessoas (estima-se que o total no Brasil seja de oito milhões). Azzi é diplomata de carreira há 15 anos e já foi cônsul na Costa do Marfim e Romênia. Seu último posto foi de embaixador interino no México.