São Paulo – O Consulado Geral do Líbano no Rio de Janeiro ganhou um espaço cultural. A nova ala foi inaugurada em 01 de agosto na sede do consulado e irá oferecer aulas de árabe, mostras, terá seminários e oferecerá apoio a estudantes e pesquisadores brasileiros que buscam informações sobre o país árabe.
De acordo com o cônsul geral do Líbano no Rio de Janeiro, Ziad Itani, a criação do Espaço Cultural Libanês atende duas necessidades: a primeira delas é resgatar a história dos imigrantes libaneses no Rio de Janeiro. A segunda razão é oferecer espaço para o ensino da língua árabe.
“Os imigrantes que vieram ao Rio estão perdendo seu contato com as raízes, principalmente seus filhos, e queremos ajudar a resgatar esse contato. Queremos oferecer a oportunidade de descendentes de libaneses e brasileiros aprenderem árabe. Há um grande interesse em aprender árabe”, afirmou Itani. O curso de árabe oferecido pelo consulado é divido em oito níveis. Cada nível tem duração aproximada de dois meses. Ao fim do curso, o estudante recebe um certificado emitido pelo Consulado Geral do Líbano no Rio de Janeiro.
Além das aulas de árabe, o Espaço Cultural Libanês vai receber exposições e apresentações culturais. Outro serviço que será oferecido no local é o apoio a estudantes universitários e pesquisadores interessados em aprofundar estudos relacionados à cultura libanesa. O espaço cultural irá fornecer informações sobre equivalência de certificados, sobre programas de especializações no país árabe e até colocá-los em contato com universidades libanesas. O centro cultural também dispõe de uma biblioteca com livros sobre o país em árabe, português, francês e inglês.
Comunidade no Rio de Janeiro
O Rio de Janeiro foi o destino final de muitos imigrantes libaneses que deixaram o país árabe entre 1880 e o começo do século 20. Eles vieram para o país após o imperador D. Pedro II visitar Líbano, Síria e Palestina em novembro de 1876. Na ocasião, o mandatário brasileiro afirmou às autoridades locais que o país estava de portas abertas aos cidadãos libaneses. Muitos imigrantes ficaram no Rio de Janeiro, que era a capital do país, porque chegavam em navios que atracavam no porto da cidade.
Outros imigrantes brasileiros se instalaram em São Paulo e cidades do sul do país. Uma parte dos árabes que chegou pelo porto fluminense passou a viver na capital do Rio de Janeiro. Itani afirmou, porém, que há uma comunidade grande de descendentes de libaneses em Campos dos Goytacazes, Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo. A história destes imigrantes, no entanto, pode se perder.
“Aqui não é como em São Paulo ou Foz do Iguaçu, cidades que têm grande quantidade de descendentes de libaneses e nas quais muitos desses descendentes são jovens, pessoas da terceira geração de suas famílias. Aqui, muitos ainda são da primeira geração que veio para o Brasil”, disse o cônsul geral.
Itani afirmou que desde que assumiu o comando do consulado do Rio de Janeiro, ele passou a trabalhar para criar o espaço cultural, que era uma demanda da comunidade local. Afirmou também que outros centros culturais deverão ser criados. Um deles em Campos dos Goytacazes e outro em Teresópolis. “Em Campos há um interesse por aprender árabe. Estamos em busca de professores que possam ensinar as pessoas que vivem lá”, disse.
Serviço
Espaço Cultural Libanês
Horário de funcionamento: seg. a sex., das 9h às 14h.
Rua Dona Mariana, 39
Botafogo, Rio de Janeiro – RJ
Telefone: +55 (21) 2539-2125
É necessário agendar a visita por meio do email cultura@consuladogeraldolibanorj.com.br