Silwan Abbassi*
Brasília – De acordo com reportagem publicada pelo jornal árabe Al Hayat, estatísticas internacionais indicam que a participação do gás natural como fonte de energia no mercado árabe deve chegar a 53,3% do total até 2015, enquanto que a fatia do petróleo deve cair para 42,8% no mesmo período.
Segundo informações da Agência de Informações sobre Energia do governo dos Estados Unidos, os países exportadores de petróleo do Oriente Médio estão procurando expandir o uso doméstico do gás natural e, ao mesmo tempo, disponibilizar mais petróleo para exportação.
Além disso, as nações da região estão capitalizando o setor para que ele torne cada vez mais atraente. Só para se ter uma idéia, de acordo com a agência, em 2003 a participação do gás na matriz energética da região era de 42%, enquanto que o petróleo respondia por 55%.
Os países do Oriente Médio, em especial Bahrein, Iraque, Kuwait, Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Irã (que não é um país árabe), têm reservas gigantescas de gás natural. A região possui 42% das reservas mundiais conhecidas do produto.
O Irã, o Catar, a Arábia Saudita e os Emirados são, depois da Rússia, os maiores detentores de reservas de gás natural do mundo. Segundo o Al Hayat, estimativas indicam que as reservas de gás nos Emirados somente são suficientes para 170 anos.
Um estudo preparado pelo Institute for International Research (IIR) revelou a importância crescente do setor de gás natural, citando como exemplo a iniciativa do Catar de desenvolvimento do gás natural liquefeito. A Arábia Saudita, por sua vez, atribuiu prioridade máxima ao aumento na produção de gás natural, com a meta de triplicar sua produção, chegando a 424,752 milhões de metros cúbicos por dia até 2009.
Em Abu Dhabi, o consumo de gás duplicou na última década chegando a mais de 113,267 milhões de metros cúbicos por dia. Em Dubai está prevista a construção de instalações para armazenar gás natural liquefeito, marcando o início de uma nova fase de crescimento para o setor na região.
Sarah Woodbridge, diretora de exposições do IIR do Oriente Médio, afirmou que o projeto reflete a firme intenção de Dubai de se tornar um centro do mercado de energia no Oriente Médio e o potencial das fontes alternativas de combustível, para as quais há uma demanda considerável nos países do Oriente Médio e do Norte da África.
A capacidade total de armazenamento de gás natural liquefeito nas instalações em Dubai, que deverão ser as primeiras do tipo no mundo, está prevista entre 1,132 milhão e 1,840 milhão de metros cúbicos.
O consumo crescente de energia elétrica em diversos países da região, a demanda cada vez maior por hidrocarbonetos para geração de energia e a dessalinização da água do mar são as principais razões para o aumento no uso do gás natural.
Eletricidade no Oriente Médio
O tema fará parte da Eletricidade no Oriente Médio 2007, conferência que será realizada entre os dias 11 e 14 de fevereiro do próximo ano em Dubai. Organizada pelo IIR Dubai, a feira atrai grandes companhias privadas da região de diversos segmentos da indústria de energia, como gás natural (introduzido na edição deste ano), geração de energia elétrica, energias renováveis, iluminação e água. O evento deverá reunir expositores de mais de 85 países.
*Tradução de Gabriel Pomerancblum