Brasília – O déficit nas contas externas do Brasil atingiu US$ 50,762 bilhões no ano passado contra US$ 41,540 bilhões em 2018. É o pior resultado em quatro anos, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (27) pelo Banco Central.
No mês de dezembro do ano passado, o déficit em transações correntes, que são compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do Brasil com outros países, chegou a US$ 5,691 bilhões.
As transações correntes, principal indicador sobre o setor externo do país, são formadas pela balança comercial, pelos serviços adquiridos por brasileiros no exterior e pelas rendas primária (lucros e dividendos do Brasil para o exterior, pagamentos de juros e salários) e secundária (renda gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens).
O superávit comercial chegou a US$ 4,764 bilhões em dezembro contra US$ 5,977 bilhões no mesmo mês de 2018. Na comparação com o ano anterior, o superávit comercial reduziu de US$ 53,047 bilhões em 2018 para US$ 39,404 bilhões em 2019, repercutindo retrações de 6,3% nas exportações e de 0,8% nas importações.
A conta de serviços (viagens internacionais, transporte, aluguel de investimentos, entre outros) registrou saldo negativo de US$ 3,541 bilhões em dezembro, e de US$ 35,141 bilhões de janeiro até dezembro do ano passado.
A conta de renda primária ficou negativa em US$ 6,699 bilhões em dezembro e em US$ 55,989 bilhões em doze meses. A conta de renda secundária teve resultado negativo de US$ 216 milhões em dezembro de 2019, e positivo de US$ 964 milhões no acumulado do ano.