Brasília – Beneficiadas pelo saldo da balança comercial, as contas externas do Brasil registraram o melhor resultado no primeiro semestre em dez anos. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (21) pelo Banco Central (BC), o indicador registrou superávit de US$ 715 milhões de janeiro a junho, contra déficit de US$ 8,487 bilhões no mesmo período do ano passado.
Apenas em junho, as contas externas tiveram superávit de US$ 1,33 bilhão, o melhor resultado para o mês desde 2004. O saldo representa melhora em relação a junho do ano passado, quando houve déficit de US$ 2,489 bilhões.
Segundo o Banco Central, a balança comercial teve superávit de US$ 34,9 bilhões no primeiro semestre, beneficiada pela melhora dos preços das commodities e por safra recorde que garantiu aumento na quantidade exportada.
Apesar do resultado até agora, o BC projeta que as transações correntes encerrarão o ano com déficit de US$ 24 bilhões, equivalentes a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB). A estimativa é inferior ao déficit de 1,31% do PIB registrado em 2016.
Os investimentos estrangeiros diretos (IED) continuam a crescer este ano. No primeiro semestre, o fluxo de IED ao Brasil chegou a US$ 36,3 bilhões no Brasil, contra US$ 33,8 bilhões dos seis primeiros meses do ano passado.
Apenas em junho, os investimentos diretos somaram US$ 3,99 bilhões, contra US$ 3,92 bilhões no mesmo mês do ano passado. Mesmo com o crescimento, o Banco Central projeta que as empresas estrangeiras investirão US$ 75 bilhões no Brasil, contra US$ 78,2 bilhões em 2016.
Viagens
A queda do dólar frente ao real fez os gastos de brasileiros com viagens internacionais voltarem a subir em 2017, depois de terem caído no ano passado. As despesas de turistas brasileiros no exterior encerraram o primeiro semestre em US$ 8,805 bilhões, alta de 34,8% em relação aos seis primeiros meses do ano passado.
Apenas em junho, mês em que se inicia o verão no Hemisfério Norte, os brasileiros gastaram US$ 1,51 bilhão no exterior. O valor é 10,1% maior do que o gasto em junho de 2016.


