Cairo – O estabelecimento de área de logística para grãos na Zona Econômica do Canal de Suez, no Egito, esteve entre os assuntos de uma reunião nesta semana entre o ministro adjunto das Relações Exteriores do Egito para Assuntos Americanos, embaixador Hazem Fahmy, com o secretário-geral e CEO da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Tamer Mansour, e o diretor regional do escritório da entidade no Cairo, Michael Gamal. Na foto acima, Mansour (esquerda) e Fahmy (direita).
No encontro eles trataram das relações comerciais entre o Egito e o Brasil e falaram sobre um plano de cooperação futura entre os dois países. O ministro adjunto das Relações Exteriores iniciou a reunião parabenizando o povo brasileiro pela posse de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente do Brasil, destacando a convergência entre as lideranças políticas das duas nações.
Fahmy disse que o Brasil é um importante parceiro comercial para o Egito e que seu país está preparado para fornecer qualquer quantidade de fertilizantes que Brasil necessite, especialmente os fosfatados e à base de ureia. Ele lembrou que o Itamaraty organizou uma visita de embaixadores de países latino-americanos à fábrica da Abu Qir Fertilizers Company, no Egito, e que o escritório regional da Câmara no Cairo teve papel importante na visita.
O ministro também destacou a importância de dar início à linha aérea direta entre Cairo e São Paulo. Ele afirmou que a expectativa é de que esse voo entre em funcionamento ainda durante este ano e que a rota é importante para o desenvolvimento do intercâmbio comercial, cultural e turístico, não só entre o Egito e o Brasil, mas também facilitando as viagens dos países vizinhos.
Ele explicou que a ideia de estabelecer uma área logística brasileira para grãos no Egito, especialmente em função de sua localização na Zona Econômica do Canal de Suez, recebeu uma reação interna positiva, apesar de que nenhuma medida apropriada tenha sido tomada por ambos os lados para iniciar a sua implementação. O ministro informou que o Ministério das Relações Exteriores do Egito está totalmente preparado para cooperar para que tenha início a implementação e o estabelecimento dessa área logística.
Por sua vez, Mansour parabenizou o Ministério das Relações Exteriores do Egito pelo sucesso do país em sediar Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP27), em novembro passado, e expressou agradecimentos e apreço ao embaixador ministro pelo convite feito ao escritório regional da Câmara Árabe no Cairo para participar da visita de embaixadores latino-americanos à fábrica da Abu Qir Fertilizers Company.
Mansour revelou que a porta foi aberta para empresas privadas no Brasil importarem fertilizantes egípcios, a partir de ações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, o que contribuiu para um aumento nas exportações de fertilizantes do Egito para o Brasil. O secretário-geral informou também que a Câmara é parceira do Ministério das Relações Exteriores na abertura do mercado brasileiro às exportações egípcias de fertilizantes.
Missão egípcia
Mansour relatou que a Câmara Árabe está organizando, em cooperação com o Conselho de Exportação das Indústrias Químicas do Egito, uma missão comercial ao Brasil com empresários do setor químico e de fertilizantes para junho. Serão realizados encontros entre empresas egípcias e companhias brasileiras interessadas em importar fertilizantes, com visitas aos estados da região da Amazônia e o Mato Grosso, onde a demanda pela importação de fertilizantes tem apresentado maior crescimento. Mansour disse que serão envidados esforços, junto ao Ministério das Relações Exteriores do Egito e Embaixada do Egito em Brasília, para que a missão tenha um caráter oficial.
Mansour comentou sobre a criação da nova linha aérea e afirmou que, quer ela seja uma linha direta ou indireta, desempenhará um papel importante para os imigrantes árabes no Brasil.
Quanto ao estabelecimento de uma área logística brasileira para grãos no Egito, o secretário-geral da Câmara Árabe afirmou que essa ideia tem sido apresentada há muito tempo, devido ao volume crescente da demanda por grãos. Ele lembrou o Egito é a porta de acesso das exportações brasileiras de grãos para a África, bem como a porta de entrada na África para as empresas brasileiras em geral.
Mansour expressou seu desejo de estabelecer parcerias entre empresários dos dois países e atrair investimentos brasileiros para o Egito, especialmente tendo em perspectiva a Zona Econômica do Canal de Suez, que é uma das áreas promissoras e com potencial para atração de investimentos. Ele explicou que uma reunião foi realizada com a equipe de trabalho da Autoridade do Canal de Suez, à margem da conferência climática em Sharm El-Sheikh, e um acordo foi feito para que delegação do órgão visite o Brasil em breve para promover a Zona Econômica do canal.
Mansour falou ao ministro sobre os escritórios internacionais da Câmara Árabe, que atualmente ficam no Cairo e em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Segundo ele, um escritório em Riad, na Arábia Saudita, será aberto dentro de alguns meses.
A reunião contou com a presença do embaixador Ashraf Mounir, ministro adjunto das Relações Exteriores para a América do Sul, da conselheira Mina Bassily, diretora do gabinete do ministro adjunto das Relações Exteriores, além de Rania Hagrass, diretora de Relações Internacionais do escritório da Câmara Árabe no Cairo.
Tradução do árabe de Georgette Merkhan