São Paulo – A Cooperativa Agropecuária Lar, com sede em Medianeira, no estado do Paraná, pode fechar em breve seus primeiros negócios com o Egito. A cooperativa, que integra missão comercial do Ministério da Agricultura, Pecuária a Abastecimento (Mapa) ao Norte da África e Oriente Médio, participou de uma rodada de negócios nesta quinta-feira (25), no Cairo.
"Conversamos com vários importadores e distribuidores locais e acredito que pelo menos três contatos terão continuidade", disse o diretor da cooperativa, Mário Bolt.
A cooperativa tem 8.100 associados, exporta frango, soja e milho, já participou de outras missões organizadas pelo Mapa para Alemanha, Japão e China. Agora, trabalha para abrir mercado no país árabe.
"Percebemos que existe um interesse muito grande por parte dos importadores egípcios. O Egito é um mercado grande, com crescimento bom e é bastante interessante principalmente para carne de frango e soja", destacou.
Atualmente a empresa exporta 75% da produção de frangos e está investindo na duplicação da capacidade produtiva. "Hoje abatemos 140 mil frangos por dia e vamos aumentar para 280 mil frangos até o ano que vem", garantiu.
Quem também está no Egito em busca de oportunidades para exportar é Pedro Franceschi, diretor financeiro e comercial da Cooperativa Tritícola Cepeense (Cotricel), com sede em São Sepé, no Rio Grande do Sul. "Estamos iniciando o contato com o mercado externo. Essa é nossa primeira missão internacional e ficamos bastante animados com as rodadas de negócios", contou.
"Nos reunimos com distribuidores e traders interessados em importar arroz. Eles estão acostumados a importar o produto de países como Tailândia, Paquistão e Vietnã. O arroz deles é diferente na forma de preparo e é mais barato, mesmo assim acredito que possa haver mercado para o arroz brasileiro no Egito", aposta o diretor.
A Cotricel tem 4.600 associados entre produtores de arroz, soja, trigo e milho.
Oportunidade
De acordo com o Analista de Desenvolvimento de Mercado da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Fábio Ottaiano, que acompanha a missão, a maioria dos empresários egípcios estava interessada em carne bovina, carne de frango, peixes e óleo de soja. Caso, por exemplo, da Uni Oil, que importa hoje óleo de soja da Ásia e busca exportadores no Brasil, e da norte-americana Quality, empresa que atua no Egito e busca exportadores certificados de carne bovina brasileira.
"O Brasil tem uma boa imagem entre os egípcios. Um grande importador local, que compra carne de frangos da Sadia, disse que o fato da carne ser brasileira já é um diferencial", disse. "Conversei com um empresário interessado em formar uma joint-venture para produzir frango no Egito, com tecnologia brasileira, e em comprar maquinário brasileiro usado", destacou.
Segundo Ottaiano, duas empresas demonstraram interesse em importar peixes do Brasil. "Eles estão procurando desde peixes comuns até peixes exóticos", afirmou o analista.
A missão liderada pelo Mapa segue até o dia 4 de dezembro. No sábado (27), o grupo embarca para Argélia. Na semana que vem, segue para o emirado de Ras Al Khaimah, nos Emirados Árabes Unidos.