Alexandre Rocha
São Paulo – Já de olho nas exportações, a Cooperativa Agrícola Mista Rondon (Copagril), localizada no município de Marechal Cândido Rondon, no sudoeste do Paraná, vai começar a produzir carne de frango no final do ano. Um dos mercados em vista é o do Oriente Médio, maior consumidor externo do frango brasileiro.
Para tanto, o abatedouro que está sendo construído pela entidade vai ter estrutura para o abate halal, feito de acordo com as regras islâmicas, segundo informou ontem (26) à ANBA o supervisor do complexo agrícola da cooperativa, Adolir Weber.
Weber afirmou que a capacidade de abate das novas instalações vai ser de 170 mil frangos por dia, sendo que 45% da produção será destinada ao mercado exterior. Além do Oriente Médio, a Copagril quer vender também para a Europa e para o Japão.
Ração e produtores
Hoje a Copagril tem 3,6 mil associados e produz leite, suínos, grãos e ração. “A nova atividade tem duas vantagens, pois já temos na mão a matéria-prima e os produtores”, disse Weber, referindo-se ao fato de que a soja e o milho distribuídos pela cooperativa servirão para a alimentação das aves. Além disso, os 450 produtores que vão criar as galinhas já fazem parte dos quadros da entidade.
“Eles já produzem outras coisas e vão passar a criar frangos também, ou seus filhos farão isso. É uma alternativa a mais de geração de renda”, afirmou Weber. Aos produtores caberá a responsabilidade de construir e manter os aviários, já a cooperativa vai fornecer os pintos, a ração e toda a logística de transporte.
Investimentos
O investimento total na construção do abatedouro, que vai ocupar uma área de 20 mil metros quadrados, será de R$ 30 milhões, de acordo com Weber. Deste valor, R$ 20 milhões estão sendo financiados pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No total, incluindo os aviários, o investimento será de R$ 50 milhões.
A Copagril espera faturar R$ 120 milhões por ano com o novo negócio, além de gerar mil empregos diretos e 1,5 mil indiretos. O BNDES, porém, prevê a criação de 600 empregos diretos, com a produção inicial de 35 mil toneladas de carne de frango por ano.
“A idéia de construir o abatedouro surgiu de pesquisas que fizemos que mostram que nos últimos 20 anos a produção de frango tem dado um bom retorno, além disso, ela ajuda a fixar o homem no campo”, concluiu Weber.