São Paulo – As exportações das cooperativas brasileiras para os países árabes cresceram 165% em quantidade e 150% em valor em 2009, chegando a US$ 530 milhões. Para a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), esse é o terceiro mercado externo mais importante hoje, atrás apenas da África e da Ásia.
O destaque nesse cenário de bons negócios ficou com a Síria, responsável pela maior expansão do grupo: 1.099%, com US$ 33 milhões movimentados. O que os sírios compraram? Açúcar e carne. Somente na versão bruta ou mascavo, foram US$ 23 milhões negociados, com mais US$ 8 milhões para o tipo refinado e US$ 2 milhões em carne de frango.
"Fomos beneficiados pela quebra na produção de cana-de-açúcar na Índia, que exportava muito para a Síria", explica o especialista em mercados da OCB, Marco Olívio Morato de Oliveira.
No ranking geral de maiores compradores das cooperativas brasileiras no mundo árabe estão os Emirados Árabes, com US$ 253 milhões em negócios, a Arábia Saudita, com US$ 154 milhões, a Síria, com US$ 33 milhões, e o Catar, com US$ 3 milhões. Segundo a OCB, os países que formam esse mercado respondem por 15% do total exportado em dinheiro e 22% em quantidade.
De acordo com Oliveira, a meta para 2010 é reforçar os laços comerciais com esse grupo. O desafio das cooperativas, nesse caso, é agregar valor aos produtos exportados hoje. "É a hora de vender mais açúcar refinado ao invés de mascavo, por exemplo", explica.
Para atingir a meta, a idéia é consolidar as relações com esses países a partir de missões e participações em feiras este ano, com pelo menos dois eventos previstos no Oriente Médio. "A região é muito importante para as cooperativas brasileiras, já que nela a taxa de crescimento populacional e do PIB é maior que a média mundial", diz Oliveira. "Isso sem falar das nossas afinidades com o mundo árabe", completa.