São Paulo – A Central de Cooperativas dos Cajucultores do Estado do Piauí (Cocajupi), criada em 2005 para fortalecer a agricultura familiar na microrregião de Picos, prepara estratégia para conquistar os primeiros clientes do exterior. O caminho escolhido pelo grupo para crescer e aparecer para os compradores internacionais foi a certificação em comércio justo, que deve sair em oito meses.
“Também estamos aguardando o registro junto ao Ministério da Agricultura e acertando últimos detalhes em relação à padronização de nossos produtos e embalagens”, explica Ruy Brito, assessor executivo da diretoria da Cocajupi. Composta por nove cooperativas e 485 cooperados, a entidade espera certificar cerca de 70% dos produtores e chegar a mercados exigentes como países da União Européia, Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos.
“Sobre as oportunidades na Europa e Estados Unidos recebemos uma prospecção da Fundação Banco do Brasil e Banco Mundial. Recebemos também um contato pessoal de um empresário brasileiro interessado em exportar para Dubai”, conta.
“Estamos investindo na certificação de mercado justo, que remunera até 50% melhor que o mercado convencional, para intensificar o fortalecimento dos produtos e a estruturação das comunidades”, destaca. Segundo ele, no Brasil também cada vez mais os consumidores demonstram preocupação com a origem dos produtos e tipo de organização envolvida no processo.
De acordo com Brito, o complexo cooperativo conta com nove mini-fábricas de beneficiamento de castanha de caju e uma central para seleção, classificação e comercialização da produção. “Todas equipadas e prontas para funcionamento, com capacidade instalada de duas mil toneladas anuais de castanha, inclusive com veículo para logística de transporte de produtos entre as cooperativas”, explica. Cada mini-fábrica gera 30 empregos diretos, mais 40 postos de trabalho na central.
Mercado interno
A expansão no mercado interno ocorreu em 2008 após a participação em feiras como a Piauísampa, realizada em São Paulo no começo de junho. O grupo também participou da Fenabrave, Feira Nacional de Agricultura Familiar, que ocorreu em setembro no Rio de Janeiro e a Biofach América Latina, realizada em outubro, na capital paulista. Hoje, as castanhas beneficiadas pela Cocajupi são vendidas para atacadistas e varejistas em São Paulo, Goiânia, Porto Velho, Macapá, Rio de Janeiro, Bahia e Paraíba.
Ação em toda a cadeia
De acordo com Brito, a Cocajupi atua no segmento da produção, industrialização e comercialização de castanha de cajú para organizar e fortalecer a cadeia produtiva. O objetivo da entidade é possibilitar a incorporação do lucro aos ganhos dos agricultores familiares, até então apropriado pelos intermediários e pelas indústrias de castanhas.
Outras metas são fortalecer o setor de processamento de castanha de caju, melhorar o padrão de qualidade dos produtos, adotar tecnologias mais eficientes e metodologias adequadas de processo para aquisição de matéria-prima. A padronização da produção, o aumento da produtividade, a capacitação e a elevação da renda dos produtores em todos os elos da cadeia produtiva são outras das propostas da Cocajupi.
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