São Paulo – A Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP27), que ocorreu em Sharm El Sheikh, no Egito, se encerrou com acordo sobre perdas e danos, de acordo com informações divulgadas pela Organização das Nações Unidas (ONU). As negociações se encerraram na madrugada deste domingo (20), para além da data oficial de término da conferência, que era 18 de novembro.
Houve acordo sobre a criação de um mecanismo de financiamento para compensar as nações mais vulneráveis por perdas e danos causados por desastres induzidos pela mudança do clima. A decisão conjunta é pelo estabelecimento de um fundo que será operacionalizado no próximo período.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que a COP “deu um passo importante em direção à justiça”. A criação do fundo é uma vitória após fortes apelos das nações mais pobres para compensação por desastres climáticos com os quais elas pouco contribuíram ou foram responsáveis.
“Claramente, isso não será suficiente, mas é um sinal político muito necessário para reconstruir a confiança quebrada”, disse Guterres, enfatizando que o sistema da ONU apoiará o esforço em cada etapa do caminho. Mas ainda se discute como esse mecanismo aprovado será financiado.
Segundo a ONU, houve pouco avanço em outras questões importantes relacionadas às causas do aquecimento global, como a eliminação gradual de combustíveis fósseis e linguagem mais rígida sobre a necessidade limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius. Guterres disse que é preciso reduzir drasticamente as emissões agora e que isso não foi abordado pela COP27.
O chefe da ONU disse que, embora um fundo para perdas e danos seja essencial, não é uma resposta se a crise climática apagar um pequeno estado insular do mapa ou transformar um país africano inteiro em deserto. Ele renovou o apelo por parcerias de transição energética justa para acelerar a eliminação gradual do carvão e aumentar o uso das energias renováveis.
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