São Paulo – A Terra Futuros, corretora sediada em São Paulo que atua no mercado de commodities e futuros, pretende lançar ainda este ano um Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC) para financiar agricultores brasileiros. Para formar o capital ela quer atrair investidores estrangeiros, inclusive dos países árabes.
Segundo o responsável pelo projeto, Robert Paterson, que ontem (28) visitou a Câmara de Comércio Árabe Brasileiro, a idéia é que o fundo tenha inicialmente um capital de R$ 50 milhões. Com esses recursos, a empresa vai fornecer crédito para o plantio, colheita e comercialização de safras, incluindo operações de exportação de produtos agrícolas e importação de insumos, como fertilizantes.
“Queremos dar flexibilidade ao produtor, para ele fazer a modalidade de investimento que for necessária”, disse Paterson à ANBA. Além de contemplar vários tipos de operação, o fundo, de acordo com ele, vai se diferenciar de outros modelos de financiamento por oferecer crédito ao produtor em curto prazo.
“A obtenção de crédito agrícola pode demorar até três meses, pois o produtor precisa preencher uma série de requisitos, e nesse período ele tem falta de recursos. Queremos oferecer crédito instantâneo, que demore de uma a duas semanas para sair”, afirmou o executivo.
Nesse sentido, por ser mais rápido, o financiamento será também mais caro. Segundo Paterson, o pagamento deverá contemplar a variação do dólar frente ao real, mais uma taxa de juros entre 11% e 15% ao ano. Ele garante, porém, que não haverá obrigatoriamente maior risco de crédito, uma vez que os potenciais tomadores de empréstimos foram pré-selecionados entre os clientes da própria corretora e outros que a empresa já tem conhecimento da saúde financeira.
De acordo com o executivo, a Terra Futuros tem hoje 350 clientes ativos, entre produtores de diversos tamanhos e cooperativas. Sua principal atividade sãos os investimentos em bolsas de mercadorias, como a brasileira BM&F e as bolsas de Chicago, Nova York e Londres. Os agricultores utilizam os mercados futuros para fazer hedge, ou seja, tentar garantir o preço de venda dos produtos.
Novos negócios
A criação do fundo faz parte de uma nova área de negócios da empresa, que envolve fusões, aquisições, ofertas públicas iniciais de ações, captações e colocação de recursos de investidores.
Segundo Paterson, a companhia conta com 45 corretores especializados na área agropecuária, com experiência nas grandes commodities brasileiras, como açúcar, café, gado, suco de laranja, soja, milho e algodão. Nesse sentido, ele diz que a corretora está preparada para estruturar outras operações de acordo com o gosto do investidor.
No momento, por exemplo, a empresa negocia uma parceria para financiar a importação de fertilizantes de países do Norte da África, como Marrocos, Líbia e Argélia.
O executivo informa que, se houver interesse por parte de investidores árabes, a Terra Futuros pode organizar um workshop na região, além de trazê-los ao Brasil para conhecer melhor suas operações. “O difícil é saber em que portas devemos bater”, afirmou. Foi com esse objetivo que ele procurou a Câmara Árabe.
Paterson acrescentou que a corretora tem interesse em atrair também investidores árabes para o mercado brasileiro de mercadorias e futuros e está preparada para assessorar empresários interessados em realizar investimentos diretos no campo, como a compra de usinas de etanol, por exemplo. Segundo ele, os negócios intermediados pela empresa movimentam US$ 11 bilhões por ano.
Contatos
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