Alexandre Rocha
São Paulo – Terminou no último dia 12 a 50.ª Feira Internacional de Damasco, na Síria. Como em outros anos, ela contou com a participação de empresas brasileiras de vários setores. Mas, desta vez, houve uma novidade: pela primeira vez um carro brasileiro, um modelo Corsa fabricado pela General Motors, foi exposto no evento.
"O carro chamou bastante atenção, teve gente que até quis comprá-lo ali na hora", disse Andreia Monteiro, gerente de marketing da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB), que acompanhou os empresários brasileiros à feira. Na realidade, os carros que a GM pretende comercializar por lá – além do Corsa, o Astra, que também estava na feira, mas fora do stand do Brasil – são binacionais, montados no Egito com peças brasileiras e egípcias.
Mas a participação do Brasil no evento não se limitou aos carros, embora eles tenham sido a grande novidade. Também participaram empresas que trabalham com madeira, granito, calçados, máquinas agrícolas, sucos e refrigerantes, chuveiros, material odontológico, entre outros itens.
No total, 16 empresas brasileiras tomaram parte no evento, acomodadas em um estande de 100 metros quadrados. Doze delas enviaram representantes e as demais mandaram catálogos. Segundo Andreia, foram feitos contatos com empresários locais e negócios foram até fechados, como no caso da Klin, fabricante de calçados infantis, que recebeu um pedido de mercadorias.
Além da feira, os empresários brasileiros tiveram na quinta-feira passada uma reunião de 1 hora e 30 minutos com o ministro da Indústria da Síria, Fissan El Zaim, oportunidade em que puderam apresentar seus produtos. Segundo Andreia, Zaim demonstrou interesse em promover uma aproximação comercial entre o Brasil e Síria.
Empresas de vários países
Mas e feira de Damasco não proporcionou só contatos com empresários sírios. De acordo com Andreia, chamou a atenção a massiva participação de empresas de vários lugares do mundo.
"Houve uma forte participação do Leste Europeu, só a Rússia estava com 60 empresários", afirmou. Mas, de acordo com ela, também haviam representantes de países da Europa Ocidental, como Itália, França e Inglaterra. Andreia contou ainda que foi marcante a presença de outros países árabes como Catar, Arábia Saudita, Kuwait e Emirados Árabes Unidos. Foram feitos contatos, inclusive, com visitantes do Iraque.
A Síria quer desenvolver sua indústria local e, por isso, tem especial interesse na importação de bens de capital, como máquinas agrícolas, matérias-primas e commodities como o café.
Anualmente a Câmara Árabe-Brasileira, com o apoio da Agência de Promoções de Exportações do Brasil (Apex) e do Ministério das relações Exteriores, organiza a participação de empresas brasileiras neste evento, que é multissetorial.