Da redação
São Paulo – A Cosan, gigante brasileira do setor sucroalcooleiro, anunciou hoje (24) a compra de 100% da Esso Brasileira de Petróleo por US$ 826 milhões. Segundo nota da empresa, o negócio foi fechado ontem com a ExxonMobil. A compra dos ativos da Esso no país era disputada também pela Petrobrás.
Pelo acordo, a Cosan continuará a ter o direito de usar a marca Esso. De acordo com a companhia, existem mais de 1,5 mil postos de serviços operando sob a marca em 20 estados. Além da distribuição e comercialização no atacado e varejo, o contrato inclui as operações de fornecimento de combustíveis para empresas aéreas e de produção e comercialização de lubrificantes que a ExxonMobil tem no Brasil. Fora o preço da aquisição, a Cosan vai assumir dívidas de US$ 163 milhões e créditos de US$ 35 milhões.
Entre os fatores apresentados pela Cosan para justificar o negócio está o crescimento do mercado brasileiro de etanol, que ela produz em grande quantidade. Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), a volume de álcool comercializado em fevereiro foi de 1,434 bilhão de metros cúbicos, ante 1,409 bilhão de metros cúbicos de gasolina. O total inclui o álcool hidratado, usado diretamente como combustível, e o anidro, que é misturado na gasolina para atuar como carburante.
De acordo com a empresa, o consumo de etanol no Brasil teve crescimento anual médio de 30,2% entre 2003 e 2007, sendo que a média de aumento da comercialização de gasolina foi de apenas 2,8%. “Posicionar a Cosan de forma relevante no setor de distribuição de combustíveis é um passo importante na consolidação do etanol como o principal combustível do mercado brasileiro, e a possibilidade de uma leitura mais rápida e precisa do mercado passa a ser cada vez mais estratégica”, diz a nota da companhia.
Outro fator apresentado pela empresa é o aumento das vendas de veículos no país, que no ano passado chegaram a 2,4 milhões de unidades, um crescimento de 14,4% sobre 2006, segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Ainda de acordo com a Anfavea, mais de 85% dos veículos leves comercializados nos últimos 12 meses foram bicombustíveis, ou seja, funcionam com álcool, ou com gasolina ou com qualquer mistura dos dois.

