São Paulo – Se no Brasil os cabeleireiros já estão acostumados a trabalhar com tratamentos sem o uso do formol por exigência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no Egito o componente é largamente usado nos salões de beleza. Agora, a Sipec, distribuidora egípcia que faz parte do Kharma Group, está fechando contrato para levar produtos sem formol para tratar os cabelos das mulheres árabes.
O presidente do Kharma Group, Ismail Kharma, veio ao Brasil especialmente para conhecer os tratamentos da Self Cosméticos, empresa que fabrica produtos de uso exclusivo para profissionais.
“Vamos introduzir um novo conceito nos salões no Egito. Vamos começar gradualmente, com 100 salões no início, e aumentar ou dobrar a cada seis meses. Depois, vamos desenvolver outros mercados, como Emirados Árabes e Síria”, revela Ismail.
Além de distribuidor, o Kharma Group é fabricante de produtos de beleza, como perfumes e maquiagem, e atua ainda nos ramos de roupas e alimentos. No setor de cosméticos de varejo, a empresa importa de países como Estados Unidos e França. A distribuidora tem escritórios de representação nos Emirados Árabes Unidos e no Líbano, além de agentes na Arábia Saudita, Líbia, Síria e Marrocos. O faturamento do grupo é de US$ 40 milhões por ano.
É a primeira vez que o grupo compra do Brasil e, segundo seu presidente, deve manter exclusividade com a Self Cosméticos para a importação de produtos capilares profissionais.
“Vi que seria mais benéfico ter uma parceria com uma empresa brasileira porque as condições (os tipos de cabelo) são mais similares às nossas que as dos europeus, e a qualidade é muito melhor do que se comparada a de produtos asiáticos”, diz Ismail.
Luiz Carlos de Paiva, proprietário da Self, conta que já havia enviado amostras dos produtos para o Egito há alguns meses, e que, esta semana, os distribuidores vieram conferir pessoalmente o funcionamento dos tratamentos. “Ontem, passamos o dia inteiro fazendo tratamentos e alisamentos para eles conhecerem. Agora, já estamos fechando o pedido”, diz. “[O Egito] é um mercado maravilhoso. Tenho certeza que teremos ótimos negócios. Eles saíram do país deles só para conhecer nossos produtos e estão encantados.”
Além de produtos para cabelos, os egípcios também estão levando cremes para o corpo. “Eles estão comprando produtos para transformação e tratamentos também. São alisamentos, hidratação e queratinização. Tem finalizadores e creme regenerador corporal, para rachaduras, manchas e até estrias”, destaca Paiva. Ele informou ainda que os importadores ficaram interessados em outras linhas da empresa e que novas negociações devem ocorrer no futuro.
Paiva conta que a empresa já exporta para Venezuela, Bolívia, Paraguai e Benim, além de estar fechando negócios com a Espanha. Ele não revela o faturamento, mas diz que a empresa é de médio porte. Hoje, as vendas ao mercado externo representam 28% da receita da companhia, mas este número deve aumentar. “A meta é chegar a 45% do faturamento com as exportações até o fim do ano”, ressaltou. A Self Cosméticos tem sua sede em Ribeirão Preto e já está há 14 anos no mercado, trabalhando sempre com distribuidores.
“Temos o Centro Nacional de Distribuição em São Paulo que presta assistência para o mercado nacional e internacional no sentido do desenvolvimento técnico e comercial dos produtos da empresa. Temos mais de 60 itens na linha e, conforme a necessidade do distribuidor, a gente desenvolve um mix para atendê-los.”
Para o presidente do kharma Group, as consumidoras egípcias só têm a ganhar com o uso de produtos sem formol. “É muito interessante, porque os cosméticos no Egito contêm este componente proibido [no Brasil], e o consumidor perde com isso. Agora estamos introduzindo um novo conceito. Creio que tem que fazer sucesso”, aposta. E completa: “Os preços dos produtos com formol também não são baratos. Vamos explicar isso aos profissionais e aos consumidores. Temos todas as ferramentas para ganhar participação de mercado.”

