São Paulo – A paixão por cozinhar fez com que Fernanda Troy, ex-comissária de bordo na Emirates, largasse a vida nas nuvens para oferecer ao povo de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o verdadeiro sabor do Brasil. Coxinhas, beijinhos, brigadeiros, empadas, croquetes e outros quitutes típicos das mesas nas festas brasileiras fazem parte do cardápio da Gula, empresa que ela abriu em 2012 e que hoje garante seu sustento no país árabe.
Nascida em São Paulo, Fernanda mudou-se para Londres, na Inglaterra, logo após se formar como técnica de enfermagem. Por lá ficou por cinco anos, até receber o convite para trabalhar na Emirates. “Eu nem conhecia Dubai, mas logo ao mudar para cá, em 2010, me apaixonei pela cidade”, conta a agora empresária, que não se vê vivendo em outro lugar. “Aqui há muito o que se fazer, muita coisa ainda para investir”, diz.
Com um espírito empreendedor, a proprietária da Gula – que à época, ainda informal, se chamava I Love Coxinha – começou a atender pequenas encomendas em paralelo ao seu trabalho na companhia aérea, especialmente para a colônia brasileira em Dubai. Os custos para legalizar a empresa ainda assustavam Fernanda, que aproveitava para testar a aceitação de seus produtos.
Foi apenas em 2012 que ela tomou a decisão de se dedicar 100% ao negócio. Junto com a abertura da empresa dentro dos padrões do país veio a mudança para o nome atual – mas uma proposta de outra companhia aérea, a holandesa KLM, adiou um pouco a investida de Fernanda. “Era um salário muito bom, para um trabalho no escritório em Dubai”, explica.
Como o negócio próprio avançou bem, a empreendedora largou o trabalho assalariado e passou, em 2014, a se dedicar integralmente à empresa. Atualmente, a Gula trabalha em três frentes: fornecimento a restaurantes, encomendas para eventos e pessoas físicas e consultoria para brasileiros que desejam abrir seu próprio negócio, especialmente no segmento de alimentação.
“Não queremos fornecer só comida. Aqui há uma lacuna por serviços de qualidade, então oferecemos também treinamento, consultoria. Queremos ajudar a alavancar os negócios de brasileiros por aqui, para ajudar a crescer a cultura do Brasil nos Emirados”, conta Fernanda. Segundo ela, muitos investidores brasileiros em Dubai acabam fechando as portas antes do negócio completar três anos por falta de experiência.
Entre os eventos, a empresária destaca os casamentos de paquistaneses e indianos, além dos árabes. “As festas dos indianos milionários chegam a durar cinco dias. O tempero brasileiro encantou todas as nacionalidades, os emiratis são absolutamente apaixonados por coxinhas, pães de queijo e todos os docinhos, especialmente os que têm coco”, conta. Os clientes brasileiros ainda existem, mas são minoria.
Segundo Fernanda, a Gula chega a fornecer meia tonelada de comida por mês, chegando a 800 quilos em novembro e dezembro, meses de maior demanda. A empresa tem mais de 3 mil clientes registrados, boa parte atendidos por meio de entregas – não existe uma loja física da Gula em Dubai. “Eu alugo uma cozinha industrial completa, porque aqui não é permitido cozinhar em casa para vender”, explica.
Sem nem pensar em voltar ao Brasil, a empresária agora estuda os próximos passos no país árabe. Um dos planos é abrir a cozinha para chefs de outras nacionalidades conhecerem a comida brasileira. “Se tudo ocorrer como o esperado, estaremos também aptos a abastecer qualquer restaurante que queira servir comida brasileira de alta qualidade”, almeja a brasileira.
Serviço
Gula
E-mail: order@gula.com
Site: http://www.guladelights.com/