São Paulo – Os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social somaram R$ 24,9 bilhões no primeiro trimestre, uma queda de 2% em comparação com o mesmo período do ano passado. Foi o primeiro recuo registrado desde 2006, segundo informações divulgadas nesta segunda-feira (16) pela instituição. O banco estatal de fomento é o principal fornecedor de financiamentos de longo prazo do Brasil.
Considerando apenas março, a redução foi maior ainda. Os desembolsos foram de R$ 7,7 bilhões, 18% a menos do que no mesmo mês do ano passado. Em nota, o banco informou, porém, que “o comportamento das liberações do BNDES está em linha com as expectativas de estabilidade no nível dos desembolsos em 2011, em relação ao ano anterior”.
A instituição destacou que, nos três primeiros meses de 2011, as “aprovações” cresceram 23%, em comparação com o mesmo período de 2010, e ficaram em R$ 36,2 bilhões. Elas dizem respeito a projetos de financiamento já aprovados pelo banco, mas cujos recursos ainda não foram liberados.
Houve também aumento no número de “enquadramentos” (13%) e de “consultas” (17%). Os primeiros são projetos que estão de acordo com as regras do banco, mas ainda não foram aprovados; e as últimas, como o próprio nome já diz, são interpelações feitas pelas empresas à instituição, o que, em tese, demonstra o interesse do empresariado em captar recursos para investir.
Na seara das “aprovações”, a liderança foi dos setores de alimentos e bebidas (crescimento de 103%) e de química e petroquímica (129% de aumento). A nota do banco ressaltou também o “bom momento” da indústria de papel, e celulose e que o Brasil “concentra quase todos os grandes investimentos em celulose de fibra curta do mundo”.
O BNDES destacou ainda o crescimento dos desembolsos para as micro, pequenas e médias empresas e pessoas físicas, que somaram R$ 11,2 bilhões no primeiro trimestre, um aumento de 13% em comparação com o mesmo período do ano passado. O número de transações cresceu 43% na mesma comparação e ficou em 160 mil, sendo 98,2 mil realizadas com o Cartão BNDES, utilizado por pequenos empreendedores. As liberações via cartão foram de R$ 1,3 bilhão, aumento de 81%.

