Da redação
São Paulo – Os investimentos anunciados pelas empresas no Brasil de janeiro a outubro são 61,5% maiores do que os anunciados no mesmo período de 2002, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Segundo levantamento do Ministério, neste ano, os investimentos somaram US$ 67,9 bilhões, ante US$ 42 bilhões em 2002.
Para o secretário de Desenvolvimento da Produção, Carlos Gastaldoni, o aumento é um indicador de aquecimento da atividade econômica. Ele ressaltou, porém, que os resultados concretos desses aportes só devem aparecer no ano que vem. “Os anúncios feitos em 2003 só terão reflexo na formação bruta de capital a partir de 2004 pois muitos projetos são de longa maturação”.
O crescimento dos investimentos é puxado principalmente pelo setor petroquímico, que neste ano já anunciou aportes de US$ 19,4 bilhões, uma alta de 440% em relação ao volume de 2002. O destaque fica por conta da Petrobras, responsável por US$ 16,3 bilhões deste total. “A Petrobras é aliada neste processo e faz a diferença, pois seus investimentos são pesados e dão um dinamismo à economia”, diz Gastaldoni.
Indústrias de base
Os setores que mais aumentaram suas previsões de investimentos foram aqueles constituídos por indústrias de base e intermediários, como mineração, papel e celulose, siderúrgico e petroquímico. Estes setores, considerados de capital intensivo, são caracterizados por empresas de grande porte, que fazem investimentos expressivos e de longo prazo de maturação.
“Se estas empresas estão investindo, isto é ótimo, pois elas estão próximas da capacidade instalada e seus anúncios indicam uma expectativa de crescimento econômico a partir de 2004”.
Já os setores constituídos por indústrias de bens de consumo ainda estão retraídos, por serem mais sensíveis à conjuntura econômica. Segundo Gastaldoni, estes setores, contudo, oferecem uma resposta mais ágil ao crescimento da atividade econômica e realizam investimentos de menor porte e com menor prazo de maturação.
Outros setores, ainda, apresentam desempenho negativo em relação a 2002 por conta de término de ciclo de investimentos. Entre estes podemos citar telecomunicações e indústria automobilística.
Gastaldoni afirmou também que o anúncio de investimentos em 2004 deve ser superior ao verificado neste ano. Segundo ele, fatores como a votação da reforma tributária, a consolidação do PPP (Parceria Público-Privada) e a definição de marcos regulatórios para setores como energia elétrica e saneamento devem causar um impacto positivo no balanço.