São Paulo – A economia da Mauritânia deve seguir com crescimento forte e avançar 6,7% neste ano, quase o dobro do percentual obtido em 2018, que foi 3,6%, segundo números divulgados nesta terça-feira (21) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Os dados fazem parte de um relatório feito a partir da terceira revisão do acordo que o organismo tem com o país árabe, que inclui um empréstimo de US$ 159,8 milhões, com a contrapartida de reformas.
O acordo visa consolidar a estabilidade econômica local, apoiar o crescimento inclusivo e que gere empregos e fazer com que a Mauritânia seja capaz de construir reservas internacionais. Segundo o FMI, as autoridades do país árabe planejam usar os recursos provenientes de uma melhor situação fiscal com gastos sociais prioritários como educação, saúde e proteção social, e com infraestrutura pública.
“A estabilidade econômica da Mauritânia foi mantida, a dívida externa diminuiu em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), as reservas aumentaram e algum espaço fiscal foi criado”, disse o vice-diretor administrativo e presidente interno do Conselho Executivo do FMI, Mitsuhiro Furusawa. De acordo com ele, a reforma estrutural progrediu conforme o previsto na Mauritânia.
O crescimento previsto para este ano será apoiado pelo crescimento de setores não-extrativos, forte demanda doméstica e diversificação econômica recente. O país também está desenvolvendo um grande campo de gás em alto mar. “Mas os riscos relacionados ao crescimento econômico global, à volatilidade das cotações das commodities, ao clima adverso e às preocupações com segurança regional permanecem altos”, disse Furusawa.
O FMI quer que o país consolide sua estabilidade macroeconômica em função do ambiente global incerto. O organismo recomenda continuidade da disciplina acompanhada de amplas reformas estruturais, com fortalecimento da política tributária e administrativa para garantir abrangência fiscal e reforma dos processos orçamentários para melhorar a eficiência dos gastos públicos. O FMI também sugere a modernização da política cambial, com maior flexibilização da taxa de câmbio, o que deve ajudar a enfrentar choques externos.
O acordo do FMI com a Mauritânia é de três anos e foi aprovado em dezembro de 2017. A sua terceira revisão, concluída nesta segunda-feira (20), permitirá que os país saque mais US$ 22,8 milhões, elevando o total de desembolsos até agora para US$ 91,3 milhões.