Silwan Abbassi*
Brasília – O produto interno bruto (PIB) dos países árabes deverá crescer mais em 2007 do que a média da economia mundial. De acordo com o relatório "Perspectivas da Economia Global 2007", publicado pelo Banco Mundial (Bird), o mundo deverá ter um crescimento real de 3,2% este ano, enquanto que os árabes deverão crescer 4,9%. As informações foram publicadas esta semana pelo jornal árabe Asharq Alawsat. Segundo o diário, o aumento das receitas do petróleo e dos gastos estatais fez com que as economias da região tivessem seu melhor desempenho nos últimos quatro anos.
O quadro este ano deverá ser semelhante ao de 2006, quando, segundo as estimativas do Bird, a economia mundial cresceu 3,9% e o PIB dos países do Oriente Médio e Norte da África 4,9%. O Marrocos teve a maior aceleração em termos de crescimento do PIB, passando de um avanço fraco de 1,7% em 2005 – em conseqüência da seca – para 7% em 2006. No Egito, as receitas com exportações, turismo, remessas do exterior e gastos do governo sustentaram um sólido aumento de 5,8% na atividade econômica.
Na Tunísia, o crescimento estimado em 2006 foi de 5,3%, ao passo que na Jordânia ele chegou a 6,3%, mantido por investimentos em projetos imobiliários e no setor de turismo financiados, em grande parte, por outros países da região, notadamente os grandes exportadores de petróleo.
Os países em desenvolvimento têm tido uma participação essencial no desempenho da economia mundial. As estimativas sobre 2006 mostram um crescimento de 7% das economias emergentes, mais do que dobro do desempenho das nações ricas, de 3,1%.
China
A grande vedete tem sido o crescimento da China, estimado em 10,4% em 2006. A economia chinesa foi responsável por 0,5% do crescimento da economia mundial no ano passado. O relatório do Bird informa também que a taxa de crescimento econômico dos países em desenvolvimento em 2006, não incluindo a China e a Índia, foi de 5,5%.
O crescimento econômico em 2006 variou bastante entre os diferentes blocos econômicos. Os Estados Unidos cresceram 3,3% em 2006 e as perspectivas de crescimento para 2007 são de 2,1%. De acordo com as projeções do Bird, o crescimento do PIB da Europa deve desacelerar, ficando em 2,1% (1,9% para a Zona do Euro) em 2007 e 2008, devido ao menor consumo e ao ritmo de investimentos mais lento, principalmente em países grandes da União Européia, como a França. O crescimento estimado da Zona do Euro em 2006 foi de 2,4%.
Já a economia japonesa fechou 2006 com um crescimento econômico estimado em 2,9%, em conseqüência do ritmo lento das exportações do país no segundo trimestre do ano. A perspectiva de crescimento do Japão para 2007 é de 2,4%.
De acordo com o Banco Mundial, a atividade econômica na América Latina e no Caribe ganhou força ao longo de 2006 e o crescimento do PIB de 2006 foi estimado em 5%. A perspectiva de crescimento real para 2007 é de 4,2%.
O relatório indica também que, em 2007, o comércio global deverá manter as realizações de 2006, uma vez que os países em desenvolvimento deverão continuar conquistando novos mercados, impulsionados por uma maior demanda na China, Índia e Rússia.
*Tradução de Gabriel Pomerancblum