São Paulo – O criador de cavalos árabes Marcelo Greca, do Rio Grande do Sul, quer aumentar as vendas para o mundo árabe. Atualmente, ele exporta cerca de 15 animais por ano para os Emirados Árabes Unidos e para o Uruguai, mas acredita que esse volume pode crescer. “Eles pararam de investir em cavalos, mas voltaram nos últimos anos. Especialmente nos Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Catar”, afirma o criador. Para aumentar as vendas, ele aposta na Expointer, tradicional feira de animais, que será realizada de 27 de agosto a 04 de setembro em Porto Alegre.
Para atrair compradores do Oriente Médio e do Norte da África ele vai investir em marketing e criar um estande com arquitetura e decoração árabes. “Queremos explorar a cultura deles, que é muito ampla”, diz. Ele ainda não tem o dinheiro para fazer esse investimento e calcula que sejam necessários R$ 20 mil para decorar um estande de 100 metros quadrados. “Vamos tentar fazer parceria com alguma embaixada árabe”, diz.
Greca já enviou a proposta de seu estande para a embaixada dos Emirados Árabes Unidos, em Brasília, e vai procurar as outras representações diplomáticas árabes na capital federal nas próximas semanas. “Um mês antes do evento tem que estar tudo pronto. Podemos usar o estande também para promover o país, o turismo. Se a embaixada quiser”, diz.
Embora tenha surgido na Península Arábica há cerca de 5 mil anos, esta raça de cavalo não é hoje um “puro-sangue das arábias”. O país que mais investe e exporta animais desta raça é a Polônia. Segundo o criador, os árabes haviam deixado de criar cavalos, mas, agora, voltam a investir nos animais, especialmente para competição.
O cavalo árabe é utilizado para participar de enduro equestre, competição em que os trajetos variam de 80 a 240 quilômetros de distância e chegam a durar até três dias. “São os melhores animais para este tipo de corrida”, diz Greca. O lance mínimo para cavalos árabes em leilões é de R$ 5 mil, mas há exemplares, geralmente fêmeas, que atingem os R$ 300 mil. “São detalhes que fazem a diferença entre o animal mais barato e o mais caro. A procedência do produtor influencia”, afirma. É em busca destes “detalhes” que compradores árabes estão. Segundo Greca, alguns proprietários deixaram de comprar cavalos puro-sangue ingleses para levar os cavalos árabes.