Brasília – Como resultado da instabilidade política na Líbia, o preço do petróleo do tipo brent subiu 1,75% hoje (21), atingindo US$ 104,57, maior nível desde o início da crise econômica em 2008. A empresa petrolífera BP anunciou a intenção de evacuar parte de seus 140 funcionários no país, um grande exportador para o mercado europeu. Paralelamente, as ações da petrolífera italiana ENI, que também atua na Líbia, caíram 3,2%.
A Líbia produz 2% do petróleo extraído no mundo, embora seja responsável por 10% do mercado europeu. A Itália é sua maior compradora. A atividade petrolífera é fundamental para a economia líbia, representando 95% de suas exportações e 25% de seu Produto Interno Bruto (PIB).
A companhia ENI informou, no último sábado (19), que suas operações não haviam sido afetadas pela violência que se espalhou naquele dia para a capital, Trípoli. Segundo relatos, uma greve de funcionários fechou o campo de Nafoora, operado por uma subsidiária da petrolífera estatal líbia. A empresa já interrompeu suas operações em campos onshore (sobre a terra), embora eles ainda estejam em fase preparatória, sem produzir petróleo.
Os mercados de commodities não estão preocupados só com a Líbia, mas também com a ameaça de crescentes tensões no Irã, o segundo maior produtor petrolífero da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Outro país afetado por distúrbios no Oriente Médio, o Bahrein teve sua nota de crédito rebaixada nesta segunda-feira pela agência de classificação de risco Standard and Poor’s (S&P).

