São Paulo – A Ollo, empresa brasileira de contratação e curadoria de talentos presente em 32 países, pretende começar a atuar nos países árabes entre o final de 2023 e o início de 2024. A companhia trabalhará com a divulgação de talentos para as futuras empresas contratantes dos Emirados Árabes Unidos.
“O interesse em atuar nos Emirados surgiu em 2020, depois que visitei o país a lazer. Eu voltei da viagem uma semana antes da pandemia bastante interessada neles. Como desde o começo tínhamos a ideia de expandir a marca, até chegar aos Emirados foi questão de estudar o mercado”, disse Karina Rehavia (foto acima), fundadora e CEO da Ollo.
“Assim como Singapura, nos Emirados vemos mercados de trabalho que estão muito acostumados a trabalhar com pessoas de fora e vi que 90% da força de trabalho de lá é de fora. É um mercado já bem maduro em relação a receber essa colaboração de outras nacionalidades. Como a nossa plataforma é global, entendemos que é um mercado bastante preparado para a oferta que temos.”
Por enquanto, os planos da CEO em relação aos árabes não é chegar em outros países da região, mas sim atender Emirados. Por conta da sua vasta experiência em fazer negócios com pessoas de diferentes culturas, Karina não se preocupa em como serão as negociações com empresas árabes.
Diferentemente de algumas empresas nacionais que nascem com objetivo de atender primeiro o Brasil para depois chegar a outras nacionalidades, a Ollo foi criada para ser internacional. Assim que foi lançada, já recebeu cadastros de empresas e moradores dos Estados Unidos e Brasil. Em seguida chegou à Europa, Ásia e África. Os últimos países atendidos pela Ollo foram Japão, Indonésia, Índia, Taiwan, Alemanha, Portugal e Singapura.
Mais do que uma empresa de RH, a companhia gera match entre profissionais das áreas de design, publicidade, comunicação e marketing com diversas organizações. Após passar por uma seleção, os profissionais ficam disponíveis para atuar tanto em vagas fixas como freelancers. A receita da Ollo vem do pagamento das empresas para achar os profissionais ideais.
Presente virtualmente nos países, a dona da Ollo viu seus negócios expandirem ainda mais quando a BPool, startup que conecta grandes corporações, comprou uma porcentagem da empresa. A partir dessa integração, foi possível trabalhar também presencialmente através de escritórios da BPool com as empresas do Chile, Argentina, México, Estados Unidos e Colômbia.
Karina conta que a Ollo consegue fazer um processo de curadoria para as empresas até chegar no profissional que procuram. “Criamos uma plataforma que recebe a demanda do cliente, que não só busca profissionais freelancers, mas sim para preencher vagas fixas, e a partir disso, fazemos o processo de curadoria. Com isso, criamos um atalho seguro, usando as nossas expertises disponíveis, para entregar para o cliente os matches de profissionais ideais”, diz Karina.
Ideia e expansão da empresa
A ideia da criação da empresa veio em 2018, quando Karina morou em Nova York por dois anos. A empresária foi a trabalho com o objetivo de expandir a agência Live, que atualmente também é uma das sócias da Ollo. Além de ter as duas empresas como sócias (BPool e Live), Karina é sócia do advogado Renato Saraiva.
“Enquanto estive lá, fiquei muito intrigada em como as empresas e profissionais estavam procurando novas formas de colaboração, tentando novos formatos de trabalho. E vi naquele estilo de trabalho um futuro possível no modo de trabalhar dos brasileiros. Em 2019, o projeto da Ollo começou a ser feito”, completa a CEO e fundadora.
Criada em maio de 2020 por Karina Rehavia, a empresa acabou sendo impulsionada quando a maioria das pessoas precisou trabalhar de casa. “A gente achava que teria que conscientizar bastante as empresas antes delas aceitarem que os funcionários trabalhassem à distância. Mas sabia que era possível. A pandemia, com a obrigatoriedade do distanciamento, acabou sendo uma oportunidade aceleradora, que fez nossa empresa crescer muito rápido.”
A vontade de internacionalizar a empresa desde o princípio foi motivada pela história da Karina. Filha de imigrantes, ainda no colégio a empresária fez intercâmbio. Formou-se em Comunicação Social nos Estados Unidos e permaneceu na América do Norte por oito anos. Fez também um curso de Economia na República Tcheca e chegou a morar por dois anos em Xangai, China, para trabalhar e estudar.
“Quando voltei para o Brasil, passei a atuar na minha área de comunicação e construí uma carreira de liderança de projetos e liderança de operações em agências de comunicação. Apesar de não trabalhar diretamente com a área de recursos humanos, sempre contratei muitos profissionais independentes e, durante uma fase da minha vida, atuei como profissional independente”, relembra Karina.
Reportagem de Rebecca Vettore, especial para a ANBA