São Paulo – O Curdistão iraquiano pretende mais do que dobrar sua produção de petróleo no próximo ano com o desenvolvimento de campos, de acordo com o primeiro-ministro do governo regional da região, Barham Salih. A informação é do site do jornal Gulf News, de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
"Pretendemos chegar à produção de 250 mil barris ao dia no ano que vem, contra 120 mil barris diários atualmente”, afirmou Salih à Dow Jones Newswires.
As exportações petrolíferas do Curdistão, que fica no norte do Iraque, caíram em 2011, baixando do pico de 175 mil barris ao dia em junho para 70 mil atualmente, de acordo com fontes do governo da região autônoma.
Os curdos e o governo central, em Bagdá, têm versões diferentes sobre as razões da diminuição. As vendas externas, de acordo com o governo curdo, caíram devido a problemas técnicos, não solucionados por Bagdá, no oleoduto que leva o petróleo ao terminal marítimo de Ceyhan, na Turquia.
O governo central, sempre segundo o site do jornal, afirma que a culpa pela redução é dos próprios curdos. Uma fonte da autoridade curda disse, sob condição de anonimato, que a verdadeira razão é uma pendência financeira, de cerca de US$ 1 bilhão, devida ao Curdistão pelo governo iraquiano desde fevereiro.
A produção petrolífera do Iraque está atualmente em 2,8 milhão de barris de petróleo ao dia e o país vende ao mercado internacional cerca de 2,2 milhões de barris diários. Nesse sentido, a participação do Curdistão nas exportações é pequena.
Segundo dados do World Factbook, da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA, na sigla em inglês), o Iraque tem reservas de 115 bilhões de barris de petróleo, o que coloca o país na quinta posição entre as maiores reservas da commodity, atrás apenas de Arábia Saudita, Venezuela, Canadá e Irã, respectivamente. Já na produção, o país está na 12ª posição, e nas exportações, em 11º.
O principal produto de exportação é o petróleo (responsável por 84% da pauta, segundo a CIA), mas o país exporta também alimentos e animais vivos. Os principais importadores são os Estados Unidos, responsáveis pela compra de 24,3% do que o Iraque vende; seguidos da Índia (16,7%), China (12,1%), Coréia do Sul (8,2%), Itália (6,9%) e Japão (6,6%).
*Tradução de Mark Ament

