Marina Sarruf
São Paulo – A Art Mundi, feira internacional de artesanato, conta com quatro estandes que comercializam produtos árabes: um do egípcio Bahaa Hasouna, da trading Mundo Egípcio; outro da trading Império Árabe, do libanês Radwan Raad; o terceiro do egípcio Hassan Mohamed, da empresa Pirâmide; e o quarto da Tunísia, da trading Aimex. Existem produtos para todos os bolsos, desde pingentes a R$ 5,00 até mesas de marchetaria por R$ 2 mil. A feira começou sexta-feira (11) e vai até domingo (20) no Anhembi, em São Paulo.
"O produto árabe agrada muito os brasileiros", afirmou Raad, que importa desde lenços, toalhas e tecidos, até instrumentos musicais do Líbano e da Síria. Nascido no Líbano, Raad mora em Curitiba, no Paraná, há 8 anos e é ele mesmo quem escolhe os produtos nos países árabes. "Viajo duas vezes ao ano e importo cerca de US$ 20 mil cada vez", disse.
Raad participa há cinco anos de diversas feiras de artesanato no Brasil. "O que mais vendo são as capas de almofadas e os arguiles", disse, referindo-se aos cachimbos de água que são também chamados de narguilés ou shishas. Ontem , em seu estande, uma música árabe tocava no fundo e mulheres curiosas perguntavam os preços das toalhas de mesa bordadas e das caixinhas de mosaico e madrepérola. Num canto do estande havia mais de seis mesas marchetadas, cada uma de um tamanho e todas bem trabalhadas.
A trading Império Árabe distribui para todo Brasil e conta com uma loja em Curitiba, onde vende objetos em cobre, pulseiras, roupas, tapetes de parede, cadeiras e mesas de centro e produtos em madeira com marchetaria e madrepérola.
Para o egípcio Hasouna, da trading Mundo Egípcio, o arguile está na moda no Brasil, por isso é um dos produtos que mais tem saída. Já do Marrocos, de onde ele também importa, os pratos e peças de decoração são os principais produtos vendidos. Hasouna mora em Camboriú, Santa Catarina, e tem a trading há dois anos. Além do Egito e Marrocos, ele importa da Índia, China e Irã.
No estande de Hasouna os visitantes podem comprar até papiro e biombos importados do Egito. No entanto, a maioria dos produtos comercializados pela trading vem da Índia. "Os produtos indianos, como as batas, por exemplo, também estão na moda no Brasil e tem muita aceitação", disse. O egípcio também tem lojas em São Paulo e em Curitiba. "Nas lojas vendemos móveis do Egito também", completou.
Outro estande egípcio é do Hassan Mohamed, que até ontem não estava na feira, mas os produtos, como porta almofadas, lenços e tapetes para parede, estavam expostos. Já o visitante que procura novidades deve ir ao estande da Tunísia, onde estão sendo vendidas sandálias e bolsas feitas com couro de camelo. As peças variam da cor preta e marrom ao laranja e azul. Além disso, o estande tem porta perfumes e peças decorativas feitas em cristal.
Primeira edição
No total são 200 expositores na feira, representando mil artesãos de 16 estados brasileiros e 22 países. Essa é a primeira vez que a empresa responsável, a Diretriz, realiza a mostra em São Paulo. "A feira de artesanato já existe há 15 anos em Curitiba e há dois em Porto Alegre", disse a gerente do departamento internacional da Diretriz, Elaine Cardoso Augusto. No Paraná e Rio Grande do Sul, porém, ela se chama Feiarte.
Segundo Elaine, a idéia é introduzir a Art Mundi no calendário anual de feiras de São Paulo. "Toda grande cidade tem uma feira de artesanato. Esperamos que o mesmo aconteça em São Paulo", acrescentou.
De acordo com Elaine, os expositores internacionais na Art Mundi já participam da Feiarte. "Os produtos árabes são bem procurados na feira, principalmente as essências de perfume da Tunísia e as caixas de madeira com mosaico da Síria", disse. Segundo ela, a idéia é trazer mais expositores árabes para as próximas edições.
Entre os visitantes, pessoas ilustres, como o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan.
Do Brasil
Não tem como passar e não perceber uma oca cercada por sete índios no centro da Art Mundi. Este é o estande do grupo indígena Fulni-ô, de Águas Bela, em Pernambuco. Os índios trouxeram para mostra cerca de duas mil peças entre colares, brincos, pulseiras, bolsas, arco e flechas, esteiras, cocar e lanças.
As principais matérias-prima dos produtos são as sementes, cipó, coco e palha. As peças variam de R$ 3 como bolsas e colares a R$ 200, como os colares de caramujo e marisco. "Esses demoram uns 15 dias para serem feitos", disse Towé, chefe do grupo.
Outra novidade são os chinelos revestidos com lenços de seda e chitão (tipo de algodão) que cobrem as tiras do calçado e com o resto do lenço é possível amarrá-lo na perna. A criação foi é do pernambucano Hilton Leite Jr., que com o mesmo tecido reveste bolinhas de isopor que se transformam em colares que combinam com as sandálias.
No mesmo estande, está o pernambucano João Lopes, artista plástico e artesão, que trouxe para feira diversas peças de decoração. "Trabalho com peças revestidas com fibras naturais", disse. Lopes transforma de tudo, faz peças de barro parecidas com madeira e folhas de coqueiro em forma de fibras.
Serviço
Art Mundi
De 11 a 20 de agosto
Segunda a sábado das 14 às 22 horas
Domingo (13) das 14 às 21 horas
Domingo (20) das 14 às 18 horas
Local
Pavilhão oeste do Anhembi
Av. Olavo Fontoura, 1.209, Santana, São Paulo – SP
Ingressos:
Individual – R$ 10
Para caravanas com mais de 10 pessoas – R$ 7 per capita

