Agência Sebrae
Cuiabá – Braceletes feitos em metais nobres e pedras preciosas. Alguns parcialmente revestidos em couro de jacaré e com pequenos detalhes, figuras de aves e outros bichos pantaneiros, como o tuiuiú (ave símbolo da região), o próprio jacaré, delicadas borboletas e plantas como o aguapé. Os motivos se repetem em pingentes, anéis, colares, brincos e gargantilhas, todos interligados por um mesmo fio condutor, o Pantanal.
Assim é a coleção de jóias Trans Pantanal, criada por profissionais de 13 empresas do setor joalheiro de Mato Grosso com incentivo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme) e Associação dos Joalheiros de Mato Grosso (Ajomat).
Com curadoria da arquiteta e designer de jóias Regina Machado, a coleção de 52 peças é um passeio pelo universo mágico, pela cultura, pela fauna, flora e pelos cenários exuberantes da maior planície alagada do planeta. É resultado do projeto de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva de Gemas e Jóias, implementado pelo Sebrae e Sicme, cujo objetivo é o desenvolvimento do setor, visando inserção nos mercados nacional e internacional.
As jóias, que na definição de Regina Machado, expressam as tendências da moda contemporânea e o estilo brasileiro, são peças diferenciadas, produtos únicos que reafirmam a força de uma identidade cultural poderosa, agregando valor ao glamouroso mundo da joalheria.
Matérias-primas regionais como chifre de boi e a eterna madeira aroeira juntam-se aos materiais nobres e tradicionais da joalheria – ouro, prata (polida e escovada), pedras preciosas – diamante, ametista, esmeralda, topázio, peridoto, quartzo rutilado, turmalina rosa, entre outras.
Ao lado de peças volumosas, como as criadas por Carmem D’Lamônica, Márcio’s Designer e Oficina dos Metais, estão jóias extremamente delicadas. Um exemplo são os pingentes e brincos em forma de ninho ‘habitados’ por ‘ovos’ em ouro e pedras preciosas. Os graciosos berloques da Princess Jóias, feitos em ouro e couro de jacaré, reproduzem garças, araras, tucanos, tuiuiús, pacus, pintados e a viola-de-cocho, instrumento regional.
Em tamanhos a partir de um centímetro, sendo alguns vazados, eles podem ser usados sozinhos ou em ‘pencas’ e foram criados como uma alternativa de lembrança para turistas. Seguindo um conceito similar, a Pir Mide Jóias, por exemplo, criou uma série de peixes regionais feitos em ouro, prata e brilhante que pendem de cordões trançados de couro de jacaré.
Os rios e os peixes inspiraram os integrantes do Pacová Núcleo de Mulheres de Boiadeiros para desenvolver colares de prata e chifre com detalhes de couro de jacaré que reproduzem a sinuosidade das águas e a fartura de peixes. O couro de jacaré, criado em cativeiro de acordo com todas as normas estabelecidas pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), está presente em quase todas as peças da coleção.

