Brasília – A presidente Dilma Rousseff disse que o Brasil é uma das mais amplas fronteiras de oportunidades de negócios e que o sucesso do País nos próximos anos está associado a parcerias com investidores internos e externos. Ela discursou nesta sexta-feira (24) no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
Dilma reforçou que o Brasil sempre recebeu bem o investimento externo. “Aspectos da conjuntura recente não devem obscurecer a realidade. O Brasil mais que precisa e mais que quer parceria com investimento privado nacional e externo”, disse.
Ela acrescentou que os investimentos em infraestrutura têm o objetivo de enfrentar os gargalos gerados por décadas de subinvestimento, agravados pelo aumento da demanda da população nos últimos anos.
A presidente citou como exemplo as concessões. “O objetivo é somar recursos, aumentar a eficiência e aperfeiçoar a gestão dos serviços associados a essas obras. Os consórcios privados que vêm participando das concessões são integrados a grandes empresas nacionais e internacionais”, declarou ela, lembrando os leilões de rodovias, aeroportos e o novo marco regulatório do sistema portuário brasileiro.
Dilma ressaltou a importância da melhoria das linhas ferroviárias para facilitar a exportação de minérios e grãos. Ela destacou que em 2014 será feito o primeiro leilão de ferrovias para a Região Centro-Oeste do Brasil.
Em relação à mobilidade urbana, a presidente citou investimentos de US$ 62 bilhões (R$ 147,2 bilhões) em metrôs, monotrilhos e nos veículos leves sobre trilhos (VLTs). “Um dos maiores desafios é criar essa malha moderna e compatível com o tamanho continental do País”, disse.
Sobre o petróleo, Dilma disse que o leilão do Campo de Libra, no litoral sudeste do País, em 2013, gerou expectativa de movimentação de US$ 8 bilhões (cerca de R$ 19 bilhões), valor que incidirá sobre toda a cadeia produtiva de petróleo e gás natural.
A destinação dos royalties do petróleo à educação também foi tema do discurso. “Vamos transformar uma riqueza finita em um patrimônio perene para população: a educação”, declarou.
Emergentes
Ao tratar de comércio, a presidente disse que é hora de os países superarem disputas defensivas e reconhecer o papel do setor na recuperação das economias. “Um novo ciclo de crescimento econômico mundial está em gestação. À medida que a crise vai se dissipando um olhar mais atento sobre os países emergentes ganhará fôlego. Com uma estratégia de longo prazo focada nos investimentos, na educação e no aumento da produtividade, esperamos sair ainda melhor dessa crise internacional.”
A dirigente enfatizou que as economias emergentes, como o Brasil, são fundamentais para a recuperação da economia global. Ela ressaltou que é apressada a tese de que esses países vão perder dinamismo com o fim da crise internacional.
“Estamos falando dos países com as maiores oportunidades de investimentos e de ampliação do consumo. Somos países que demandam infraestrutura logística diversificada, infraestrutura social, urbana, energia, petróleo, gás, minérios, investimentos industriais e agrícolas. Somos sociedades em processo de forte mobilidade social, nas quais se constituem novos e dinâmicos mercados, mercados internos integrados por centenas de milhões e, em alguns casos, por bilhões de consumidores”, afirmou.
Antes, o presidente do Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini, disse em Davos que a expansão de cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro [em 2013] não é suficiente, mas destacou que ainda há espaço para crescer, especialmente na oferta de produtos manufaturados.
“Não foi bom o suficiente. Temos de fazer mais, ir adiante. O governo tem uma ampla gama de áreas para atuar no que se refere à oferta. Temos uma ampla agenda em infraestrutura – aeroportos, grandes jogos em breve (Copa do Mundo de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016) -, ênfase em educação, em agenda pró-crescimento e de oferta. Estamos muito bem organizados nessa direção”, declarou Tombini.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve expansão de 2,2% do PIB brasileiro no terceiro trimestre de 2013.


