São Paulo – O futuro embaixador do Brasil na Arábia Saudita, Flávio Marega, teve sua indicação ao cargo aprovada por unanimidade pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado na quinta-feira (10), em Brasília. Na sabatina feita pelos parlamentares, ele disse que empresas brasileiras de engenharia podem participar de programa de ampliação da infraestrutura saudita avaliado em US$ 400 bilhões, segundo informações da Agência Senado.
“As empresas brasileiras de engenharia poderão se beneficiar amplamente desse programa de investimentos”, disse o diplomata aos senadores, de acordo com a agência. Ele acrescentou que os projetos de infraestrutura são financiados pelas exportações de petróleo. A Arábia Saudita é o maior produtor e exportador mundial da commodity.
O diplomata vai substituir no posto o embaixador Sérgio Luiz Canaes, que, por sua vez, assumirá a embaixada brasileira na Sérvia. A indicação de Marega, feita pela Presidência da República, ainda precisa ser aprovada pelo plenário do Senado.
De acordo com informações da representação diplomática do Brasil em Riad, o governo saudita já concedeu agrément a Marega. O diplomata vai acumular o cargo de embaixador não residente no Iêmen. O governo iemenita também já concedeu agrément ao brasileiro. Na segunda-feira (14), o novo embaixador fará uma visita à Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em São Paulo.
Corrente
A Arábia Saudita é o maior destino das exportações brasileiras no mundo árabe. No ano passado, as exportações para lá renderam mais de US$ 3 bilhões, ao passo que as importações somaram US$ 3,2 bilhões. De janeiro a agosto de 2013, os embarques aos sauditas chegaram a quase US$ 1,9 bilhão, uma redução de 3,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Já as compras brasileiras do país árabes ficaram em US$ 2,51 bilhões, um crescimento de 17% na mesma comparação.
Os principais itens vendidos pelo Brasil aos sauditas de janeiro a agosto deste ano foram carne de frango, soja, açúcar, minério de ferro e milho. Na outra mão, os produtos que o País mais comprou foram petróleo bruto, querosene de aviação, enxofre, polipropileno e polietileno.
Vale lembrar que o valor das exportações brasileiras sofreu impacto negativo do embargo imposto pelos sauditas à carne bovina nacional, após a divulgação, em dezembro do ano passado, da identificação do agente causador do mal da vaca louca num animal do rebanho paranaense morto em 2010. O bovino, no entanto, não morreu por causa da doença e não chegou a desenvolvê-la.
Após o caso, a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) manteve a classificação do Brasil como de “risco insignificante” para a ocorrência da doença, ressaltando que os produtos brasileiros não oferecem perigo aos consumidores.
Mesmo assim, além da Arábia Saudita, outros países árabes ainda mantém o embargo, como é o caso do Iraque.

