São Paulo – Encarregado de Negócios da Embaixada do Líbano em Brasília, George Al Jallad afirmou à ANBA nesta sexta-feira (29) que o seu país e o Brasil mantêm fortes laços históricos e culturais, mas as trocas de mercadorias, serviços e investimentos precisam crescer. Em sua primeira visita à Câmara de Comércio Árabe Brasileira, nesta sexta-feira, Jallad foi recebido pelo presidente da instituição, Osmar Chohfi, pelo secretário-geral e vice-presidente de Relações Internacionais, Mohamad Mourad, e pela diretora de Relações Institucionais, Fernanda Baltazar.
No encontro, Jallad e os executivos da Câmara Árabe discutiram quais são as oportunidades de investimento e trocas comerciais e como ampliar a pauta de exportações e importações.
De acordo com dados do departamento de Inteligência de Mercado da Câmara Árabe, em 2023, o Brasil exportou US$ 330,9 milhões em produtos ao Líbano, principalmente açúcares, café e gado vivo. Em contrapartida, importou US$ 12,9 milhões, sobretudo em fertilizantes, que o Líbano importa de outros países, processa e reexporta.
Grande produtor de alimentos, o Brasil importa aproximadamente 85% dos fertilizantes de que necessita para a lavoura. “O objetivo é aumentar as exportações para os países árabes, como o Líbano, mas sobretudo diversificar essa pauta para produtos com maior valor agregado, como os industrializados”, disse Fernanda.
Os executivos da Câmara Árabe convidaram, por intermédio do encarregado de negócios, empresas libanesas a participarem da feira supermercadista APAS Show, com um estande de empresas libanesas junto do estande da Câmara Árabe, a exemplo do que já fizeram Egito, Tunísia e Jordânia na última edição. Mourad afirmou que a instituição pode organizar uma ampla agenda de visitas a autoridades brasileiras com empresários libaneses em 2025, caso eles venham ao Brasil em missão comercial. O objetivo é proporcionar às empresas libanesas mais acesso ao mercado brasileiro.
Laços históricos com o Brasil
Jallad comentou que entre os produtos que o país precisa estão alimentos industrializados e disse que, embora grande, a distância que separa os dois países não é impeditivo para mais negócios. “Brasileiros e libaneses formam uma comunidade muito forte, mas esta relação humana, histórica e cultural não se reflete na economia e nas finanças. Sei que há oportunidades e é preciso colocar as pessoas para trabalhar em conjunto lá [no Líbano] e aqui”, afirmou o diplomata à ANBA.
Ele disse também que aproveitou o encontro na Câmara Árabe para saber como pode trabalhar para promover mais negócios entre os dois países. Jallad deverá, nos próximos dias, organizar mais encontros entre outras autoridades libanesas e os profissionais da Câmara Árabe para que as oportunidades discutidas no encontro com os executivos da instituição se desenvolvam nos meses que virão.
Antes de assumir o posto no Brasil, Jallad atuou também na Argentina. Comentou que um acordo entre o Líbano e o Mercosul, união aduaneira formada por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia, seria mais uma oportunidade de ampliar a pauta exportadora. Outro país árabe, o Egito, já mantém um acordo de livre-comércio com o Mercosul e os Emirados Árabes Unidos negociam com o bloco.
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