São Paulo – Primeiro o mercado interno. Mas, depois, assim que for possível, eles querem, sim, levar as peças que produzem para o exterior. Os países árabes, aliás, são bem-vindos como potenciais clientes futuros dos 18 empreendedores que formam o Pólo Confeccionista de Capivari, cidade do interior paulista a 108 quilômetros da capital. Criada em agosto do ano passado com o apoio de instituições como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) local, a iniciativa consiste em organizar e oferecer treinamento para os empresários do setor de vestuário. Lá, o forte da produção está nas peças de jeans.
“Estamos concluindo a etapa de avaliação da situação das empresas para depois ajudar a elaborar um programa de gestão específico para cada uma delas”, explica o gestor de Projetos do Sebrae Piracicaba, Richard Tavares do Nascimento. “E já pensamos em organizar uma feira no final do ano só para expor os produtos feitos na cidade”, diz Nascimento.
Segundo ele, o principal objetivo do pólo é exatamente dar visibilidade à produção local. “Capivari tem tudo para se tornar uma referência nacional em confecção”, afirma. “E potencial para exportar no futuro”, afirma.
Proprietária da Memphis, especializada em jeans, a empresária Nelly Bertolini Piai Rossi explica que o pólo vai ajudar as empresas a fortalecerem seus negócios. Hoje, ela fornece peças para que outras indústrias coloquem suas etiquetas, mas quer trabalhar a própria marca daqui para a frente. Seria o primeiro passo para, no futuro, exportar as calças, bermudas e jaquetas que produz. “Por que não?”, diz ela. “Os países árabes, por exemplo, têm uma boa aceitação da moda brasileira”, destaca.
Também à procura de uma maior aceitação, a Freechock, especializada em roupas infanto-juvenis (com numeração de 0 a 16 anos), vai lançar, no final de junho, uma coleção com marca própria. A empresa ainda fornece produtos para a rede de magazines Renner. “A ideia é investir no nosso nome”, explica a gerente comercial da Freechock, Thaís Fernanda Albiero Padovani Kerche.
Com uma produção de 30 mil peças por mês, a confecção promete roupinhas no melhor estilo “marinheiro” para a estação mais quente do ano, usando e abusando de tons como azul, branco e vermelho. “Estamos animados e sabemos que temos muito trabalho a fazer dentro do Brasil”, diz Thaís. “Depois, poderemos exportar”, afirma. Se existe interesse em possíveis compradores árabes? “Sim, claro. Sabemos que esse grupo de países vale o nosso investimento”, afirma.