Da Agência Brasil
Rio – O Distrito Federal tem a mais alta renda per capita do país e lidera esta posição desde 1995, segundo a pesquisa Contas Regionais do Brasil 1985-2001, divulgada hoje pelo IBGE. Em 2001, o Distrito Federal registrou renda per capita de R$ 15.725; o segundo lugar ficou com São Paulo, com renda de R$ 10.642; e o terceiro com o Rio de Janeiro, com renda per capita de R$ 10.160. A menor renda foi registrada no Maranhão, R$ 1.796.
Para Frederico Cunha, um dos coordenadores da pesquisa, o bom desempenho do Distrito Federal acontece em boa parte porque a população local é menor do que dos outros estados e também ao valor adicional que engloba a sede do setor financeiro, da administração pública e do governo federal.
Cunha explicou que nessa contabilidade entra ainda a questão dos juros altos, cobrada pelo setor financeiro e bancos públicos nos vários picos de inflação ocorridos entre 1985-2001, que levam a uma remuneração mais alta do capital.
A pesquisa do IBGE informou também que São Paulo foi o estado que mais perdeu participação no Produto Interno Bruto (PIB) do país, entre 1985 e 2001. A queda em torno de 3% aconteceu devido ao deslocamento do setor industrial para outros estados, especialmente do setor têxtil e a indústria automobilística. A avaliação foi feita pela Coordenadora de Contas Nacionais do IBGE), Gilda Santiago.
Segundo a analista, a disputa fiscal também contribuiu para que o estado perdesse participação na indústria brasileira no período, passando de 51,6% para 41,8%.
Em 1985, início da série, o desempenho de São Paulo correspondia a 36,1% do PIB brasileiro, percentual que caiu para 33,4% em 2001 deixando de movimentar em 16 anos cerca de R$ 36 bilhões.
Gilda Santiago explicou que o problemas econômicos do Brasil também contribuíram para o recuo da participação paulista no bolo de riqueza produzido pelo país.”Se você tem perda de renda isso acontecesse porque a indústria paulista é voltada para bens de alta elasticidade, como a linha branca e eletroeletrônicos, e o ganho de capital também cai”, disse.
A perda de terreno, no entanto, não foi capaz de tirar São Paulo do seleto grupo de estados que mais contribui para o PIB. Seguidos por São Paulo, as maiores taxas de participação na produção de riquezas podem ser observadas no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia e Santa Catarina. Os sete estados contribuíram com 81% para o PIB em 1985. Em 2001, reduziram a participação para 77%.

