Emirates News Agency*
Dubai – Até 2010, 70% do Produto Interno Bruto (PIB) dos Emirados Árabes Unidos deverá ser gerado por setores não-petrolíferos, como construção, imóveis e serviços financeiros. Isso deverá tornar o país mais atraente para empresas estrangeiras interessadas em instalar operações locais.
Os Emirados deverão se tornar o país menos dependente da indústria de petróleo e gás entre os membros do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), à frente do Bahrein, Kuwait, Catar, Omã e Arábia Saudita. As informações foram divulgadas pela NCB Capital, divisão de gestão de ativos e investimentos do banco saudita National Commercial Bank.
"As perspectivas econômicas nos Emirados Árabes Unidos são promissoras. O ritmo de crescimento deve continuar forte, impulsionado pelos altos preços da energia, um forte fluxo de entrada de investimento e um melhor clima interno de negócios", afirmou a NCB Capital em um estudo intitulado “Estratégia de Investimento: Capitalizando Sobre o Lucro dos Petrodólares”.
De acordo com o jornal Khaleej Times, de Dubai, o estudo de 68 páginas afirma que os Emirados foram os mais bem-sucedidos dos seis países membros do GCC em termos de diversificação da economia.
Ainda segundo a NCB Capital, a contribuição percentual da indústria de petróleo e gás dos Emirados para o PIB do país deverá diminuir dos 33,9% do PIB em 2007, estimado em 714,8 bilhões de dirhans (US$ 194 bilhões) para 29,7% do PIB em 2010, que deverá ser de 1,1 trilhão de dirhans (US$ 299 bilhões). O PIB real do país árabe cresceu mais de 8% em 2007 e registrou crescimento superior a 9% em 2006.
Até 2010, Arábia Saudita e Catar terão, respectivamente, 49% e 45% de seus PIBs gerados por setores não-petrolíferos, informa a NCB. Juntamente com os Emirados, os dois países deverão superar os demais membros do GCC – Bahrein, Kuwait e Omã – em diversificação econômica nos próximos três anos.
O estudo afirma, no entanto, que toda a região do GCC se "beneficiou significativamente" com as altas receitas geradas pelo petróleo desde 2001. O faturamento com exportações desde então já é superior a 7,35 trilhões de dirhans (US$ 2 trilhões).
"Diferentemente do que ocorreu em outros períodos de alta, as economias do GCC gastaram seus petrodólares de forma mais comedida, pagando dívidas e investindo pesado em desenvolvimento de infra-estrutura e em projetos destinados a diversificar suas economias e reduzir a dependência nas receitas geradas pelo petróleo", afirma o estudo da NCB Capital.
Ainda de acordo com a NCB Capital, o lucro que deverá ser gerado, no futuro, pelos investimentos de 5,51 trilhões de dirhans (US$ 1,5 trilhão) em infra-estrutura nos países do GCC deverá melhorar as perspectivas de negócios para companhias do setor industrial. A liberalização econômica de países importantes da região deverá gerar um forte fluxo de entrada de investimento estrangeiro direto.
A economia fortalecida deverá manter a confiança dos consumidores em alta e sustentar a demanda interna, ao passo que a liquidez e a adesão dos governos do GCC à transparência administrativa deverão tornar toda a região atraente aos investidores estrangeiros, avalia a NCB.
Ainda segundo o estudo, a população cada vez maior de trabalhadores estrangeiros e de nativos do GCC deverá fazer crescer a demanda por infra-estrutura e diversos outros serviços. "Sendo assim, acreditamos que setores não-petrolíferos estratégicos, como construção, imóveis e serviços financeiros serão os maiores beneficiados pela conjuntura econômica em médio prazo", informa a NCB Capital.
*Tradução de Gabriel Pomerancblum