São Paulo – As exportações brasileiras de café recuaram este ano, mas as vendas para os países árabes cresceram. Em entrevista à ANBA, o presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Nelson Carvalhaes, disse que o País promove bem o produto na região e que há um aumento do consumo mundial.
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“O Brasil trabalha muito bem os países árabes e o Oriente Médio de uma maneira geral”, disse Carvalhaes. “Investimos muito neste mercado nos últimos anos e há um interesse cada vez maior em exportar para lá”, acrescentou.
Os embarques para a região somaram US$ 209 milhões de janeiro a novembro, um aumento de 28,3% sobre o mesmo período do ano passado, segundo o Cecafé. Foram enviadas 1,27 milhão de sacas de 60 quilos, um crescimento de 12% na mesma comparação.
“A qualidade do café brasileiro é muito bem aceita entre os árabes, temos muita eficiência nas exportações à região”, afirmou Carvalhaes. “Além disso o consumo mundial está crescendo e o mundo árabe não foge a esta regra”, destacou.
No entanto, as exportações brasileiras totais caíram 3,1% em receita, em relação ao período de janeiro a novembro de 2016, para US$ 4,7 bilhões. Em volume, houve um recuo de 10,7% na mesma comparação, para 27,7 milhões de sacas.
De acordo com o presidente do Cecafé, este desempenho reflete a redução da produção em função de problemas climáticos. O clima seco vem afetando principalmente a produção de café robusta no Espírito Santo desde 2015, e houve uma safra menor também de café arábica, que é de longe a variedade mais produzida e exportada pelo Brasil.
Com isso, a participação dos mercados árabes nas exportações brasileiras de café passou de 4% de janeiro a novembro no ano passado para 5% no mesmo período de 2017. Para Carvalhaes, as vendas à região devem continuar a crescer. “Não tenho dúvidas, a região é tradicional consumidora de café, é um costume que veio de lá. O café saiu da Etiópia e atingiu primeiro o mundo árabe, e só depois a Europa”, comentou.
O presidente do Cecafé disse ainda que espera uma boa safra 2018/2019, se mantido o regime de chuvas registrado até agora. “Tudo indica que será boa”, concluiu.