São Paulo – O presidente libanês, Michel Aoun, recebeu nesta quinta-feira (13) a delegação brasileira chefiada pelo ex-presidente Michel Temer que foi até o Líbano entregar doação do Brasil. Temer foi escolhido pelo governo federal para ser o líder da missão e embarcou de São Paulo na quarta-feira (12) com o grupo em um Embraer 190 (VC-2) com destino a Beirute. Outro avião, o KC-390 Millennium, decolou com donativos do Ministério da Saúde e de entidades como a Câmara de Comércio Árabe Brasileira.
A aeronave foi carregada com kits de atendimento a desastres, 100 mil máscaras cirúrgicas, 300 ventiladores pulmonares mecânicos, alimentos, remédios, entre outros produtos, em um total de seis toneladas. As duas aeronaves chegaram em Beirute na metade de tarde, segundo informações divulgadas pela Força Aérea Brasileira (FAB). Por via marítima vão chegar quatro mil toneladas de arroz do Brasil ao Líbano, para atenuar a perda dos estoques de cereais destruídos na explosão do porto da capital.
Na reunião com Aoun, Temer transmitiu condolências ao presidente libanês, em nome do presidente Jair Bolsonaro, do povo brasileiro e dos descendentes de libaneses, em função das vítimas, feridos e danos causados pela explosão. Ele informou da doação que estava sendo feita ao país, segundo notícia publicada na National News Agency (NNA), agência de notícias oficial do Líbano.
“O Brasil, o presidente, o governo e o povo sofreram quando os libaneses foram atingidos, se solidarizam e afirmam que sempre estarão ao lado dos libaneses porque são sensíveis ao horror da aflição que se abateu sobre vocês”, disse Temer, segundo a NNA. Aoun falou que seu país agradece a solidariedade do Brasil. “Isso é natural dada a velha amizade entre os países e a presença da comunidade libanesa”, disse, fazendo agradecimento especial pelo arroz que está sendo enviado, uma necessidade urgente do Líbano, segundo ele.
O presidente do Líbano contou à delegação dos danos causados no porto e da importância da estrutura para a economia do seu país. Ele disse também que as necessidades do Líbano são enormes. Aoun falou que espera que o auxílio não se limite à ajuda humanitária pois precisam de apoio para a reconstrução também, com produtos como vidro, alumínio, madeira e concreto. Aoun falou que a catástrofe veio no meio das muitas crises que o Líbano atravessa, como o grande deslocamento de sírios ao país, os problemas econômicos e pandemia de covid-19. O presidente libanês pediu que Temer transmitisse a Bolsonaro o convite para visitar o Líbano.
Na saída do encontro com Michel Aoun, ao falar com a imprensa do país árabe, Temer contou sobre a forte presença de libaneses e descendentes no Brasil e da participação deles na doação ao Líbano. O ex-presidente falou que essa comunidade se comprometeu a enviar mais ajuda para o país. A Câmara Árabe é uma das entidades que fez doações e recolheu donativos no Brasil, com o apoio de outras associações, para enviar a ajuda atual. A instituição seguirá com a campanha ativa para mais contribuições e novas remessas ao Líbano.