São Paulo – A DP World, operadora portuária dos Emirados Árabes Unidos, subiu uma posição na lista das maiores operadoras portuárias do mundo do ano passado para este ano, segundo informa o jornal The National, de Abu Dhabi. A empresa, atualmente na terceira posição, abriu novos portos e terminais em 2009 e também teve perdas menores do que outras operadoras em seus terminais já em operação.
A empresa de Dubai, segundo o jornal, movimentou 31,5 milhões de TEUs (unidades equivalentes a um contêiner de vinte pés) no ano passado, o que fez com que superasse a holandesa APM Terminals, que pertence ao grupo AP Moller-Maersk. A companhia da Holanda movimentou 31,1 milhões de TEUs, segundo estudo da Drewry Shipping Consultants divulgado pelo jornal árabe.
No ano passado, a DP World abriu novos terminais na Argélia, Djibuti e Vietnã e ampliou a capacidade de movimento de carga no porto de Jebel Ali, nos Emirados. O movimento total em seus 50 terminais em 31 países caiu 8% no ano passado.
A DP World responde por uma parcela de 6,7% do mercado global, pouco abaixo da Hutchison Port Holdings, das Ilhas Virgens Britânicas, que comanda 6,8% do movimento global. Já a maior operadora portuária, a PSA International, de Cingapura, está em primeiro lugar, com participação de 9,5% do movimento de cargas.
Em seu relatório anual, a Drewry informa que o movimento de cargas já se recuperou bem da crise global e que a falta de capacidade voltou a ser uma preocupação para a próxima década. A organização ampliou até sua estimativa para o movimento global de cargas devido à elevada demanda.
"Sem dúvida, as operadoras portuárias globais sobreviveram bem à crise", declarou o consultor portuário sênior na Drewry, Neil Davidson. “Muitos portos ao redor do mundo podem voltar a ficar congestionados a partir de 2015, caso alguns dos projetos em desenvolvimento não saiam do papel nos próximos três a cinco anos”.
Os terminais da DP World em Jebel Ali passaram por períodos de grande congestionamento, o que resultou em atrasos de vários dias para que embarcações fossem descarregadas.
A proposta de construção de um terceiro terminal em uma ilha artificial pode ajudar a ampliar a capacidade de Jebel Ali para 50 milhões de TEUs nos próximos 30 anos, mas o projeto foi posto em pausa devido à crise global. Segundo a empresa, o projeto está atualmente em fase de revisão.
No ano passado, o frete marítimo caiu pela primeira vez desde o início do uso de contêineres, na década de 1960. Portos ao redor do mundo movimentaram 524 milhões de TEUs no ano passado, 10% a menos do que em 2008. Mas apesar da queda de cerca de 15% no movimento na Europa e Estados Unidos, o Oriente Médio e Norte da África "quase não sentiram" a crise, segundo Drewry.
*Tradução de Mark Ament

