São Paulo – A Agência de Água e Energia de Dubai (Dewa, na sigla em inglês) procura empresas brasileiras para participar de seus diversos projetos nos Emirados Árabes Unidos na área de desenvolvimento sustentável. Em seminário realizado na noite desta segunda-feira (16), em São Paulo, com apoio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, os executivos do órgão de Dubai divulgaram alguns dos investimentos que estão sendo realizados e abriram as portas para que os empresários daqui participem de licitações, façam uso de suas instalações e promovam intercâmbio de conhecimento e tecnologia.
As autoridades de Dubai têm uma meta de chegar a 2030 com 75% da matriz energética gerada por fontes renováveis. Atualmente, a Dewa investe em projetos grandiosos, como o Parque Solar Mohammed Bin Rashid Al Maktoum, cuja capacidade de geração em 2020 deverá alcançar 5 mil megawatts, o equivalente a 800 mil residências, e uma usina hidrelétrica em Hatta, com geração de 250 MW. Em paralelo, há um plano para reduzir as emissões, com construção de usinas nucleares e térmicas movidas a carvão limpo.
Mas o portfólio de projetos da agência não para por aí: há planos de instalação de painéis solares em cima de edifícios, usinas de dessalinização de água, estações de recarga para carros elétricos, aplicativos para celular, internet das coisas, inteligência artificial. São mais de US$ 70 bilhões em licitações nos próximos 4 a 5 anos, como destacou Yousef Ebrahim Al Akraf, vice-presidente executivo, suporte de negócios e recursos humanos da Dewa.
“Vocês são bem-vindos a participar dessas licitações”, afirmou o executivo aos cerca de 130 empresários brasileiros que participaram do evento no Hotel Renaissance. “Queremos conhecer novas empresas. Estamos aqui para aprender e ensinar, agregar valor para nosso conhecimento. As portas estão abertas e ficaremos felizes em ver conteúdo inovador.”
Além das parcerias comerciais, a Dewa abriu as portas também para o seu Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, que pode ser usado livremente e gratuitamente por empresas brasileiras. O executivo citou como exemplo a área de energia solar, na qual há possibilidade de realizar testes em placas e outros componentes com luz solar em abundância, temperaturas elevadas e ainda todas as dificuldades da poeira do deserto. No complexo, ainda em construção, há também áreas para eficiência energética, tecnologias hídricas e redes elétricas inteligentes.
Repercussão
Ao fim da apresentação, os executivos da Dewa foram procurados por diversos empresários brasileiros que desejam aproximar as relações. Para Rubens Hannun, presidente da Câmara Árabe, foi um passo importante. “Nada como eles virem aqui e apresentarem tudo o que estão fazendo, quais são as metas e o quanto esse assunto está pujante em Dubai. Abre uma porta para as empresas brasileiras tanto de troca de know-how como também de comércio – e temos empresas brasileiras muito preparadas”, disse.
O secretário de Energia e Mineração do Governo de São Paulo, João Carlos de Souza Meirelles, gostou muito do conteúdo apresentado pela Dewa. “Os Emirados Árabes Unidos são um exemplo para o mundo. Um país que é riquíssimo em petróleo e gás está preocupado em substituir esses combustíveis e criar outras riquezas”, destacou.
Meirelles ressaltou o convite feito pelos executivos da agência para as empresas brasileiras irem até lá para realizar suas pesquisas. “Estão criando uma plataforma global para desenvolvimento tecnológico com vistas para a sustentabilidade.”
Feira em Dubai
A Dewa aproveitou a ocasião para promover a Feira de Água, Energia, Tecnologia Meio Ambiente (Wetex, na sigla em inglês), organizada pela própria agência de Dubai. Empresários brasileiros foram convidados a ir já à edição deste ano, que ocorre de 23 a 25 de outubro. Lá, poderão ver com mais detalhe tudo que vem sendo feito não só nos Emirados, como em outros países.
Hannun contou que a Câmara Árabe tem planos de participar da edição de 2018. “Vamos colaborar com a Wetex do ano que vem. A princípio queremos montar um estande e levar empresas para lá, mas ainda estamos estudando o assunto”, explicou o presidente da entidade.