São Paulo – Uma delegação do governo de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, realizou hoje (03), em São Paulo, um seminário para mostrar as oportunidades de investimentos no emirado. Participaram 60 empresários brasileiros.
“Não há produtos o suficiente para nossa área. A Menasa (região do Oriente Médio, norte da África e sul da Ásia) é uma forte área para os produtos brasileiros. Queremos produtos e escritórios regionais brasileiros em Dubai”, afirmou Fahad Al Gergawi, diretor do Escritório de Investimentos Estrangeiros diretos de Dubai, em entrevista coletiva após o seminário.
“Dubai não está em crise, há áreas de Dubai que estão em crise. Dubai é um centro de excelência em negócios. Não há outro centro que ofereça as oportunidades que Dubai oferece”, acrescentou Gergawi.
O executivo destacou ainda o apoio oferecido pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira no fomento do comércio entre Dubai e o Brasil. Michel Alaby, secretário-geral da Câmara Árabe, lembrou que a entidade “realiza missões ao emirado cerca de quatro vezes ao ano”.
Entre as vantagens oferecidas pelo emirado estão a isenção de impostos e a localização geográfica estratégica, que faz com que o local seja utilizado como centro de distribuição de mercadorias para Oriente Médio, África e Ásia.
Em relação à distribuição de mercadorias, uma das grandes novidades apresentadas no evento é a possibilidade de embarque das mercadorias que chegam por via marítima nos aviões no período de quatro horas. Isso será possível com a abertura do novo aeroporto de Dubai, o Al Maktoum International Airport, em 27 de junho, por meio de uma conexão com o porto de Jebel Ali.
“Isso não acontece em lugar algum no mundo”, afirmou Rashed Buqara’a, chefe de operações do Departamento de Aviação Civil de Dubai. “Isso garante ao comerciante que em quatro horas a mercadoria chega ao porto de Jebel Ali, é processada e embarcada no avião. Isso dá segurança ao comerciante de que sua mercadoria chegará ao cliente em tempo. Essa é a proposta”, declarou.
“Nosso objetivo com o aeroporto de Jebel Ali é desenvolver uma capacidade de carga de 12 milhões de toneladas. Atualmente, o maior terminal de carga, em Memphis (EUA), tem capacidade para 4 milhões de toneladas, e nós queremos chegar a três vezes mais. Mas esse é um longo caminho, para os próximos 20, 30 anos”, completou Buqara’a.
De acordo com Saad Al Awadi, CEO do Departamento de Desenvolvimento Econômico de Dubai, diversos tipos de produtos e serviços brasileiros podem ter espaço no mercado de Dubai. Ele citou exemplos como “aviação, logística, educação, saúde, agricultura, construção, cerâmica e plásticos”. “Qualquer produto que tenha espaço na região será bem-vindo”, disse.
Para o gerente de projetos da Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex), Expedito Silva, Dubai deve ser visto como um “hub” econômico e logístico. “Isso permite que [o emirado] possa ser uma grande e única plataforma para atingir o mercado mundial, como comprova a presença de mais de seis mil empresas que estão lá”, disse.
Participaram ainda do seminário representantes do Banco Emirates NBD, da Zona Franca de Jebel Ali, da Zona Franca do Aeroporto de Dubai, do grupo Emirates, entre outros.