São Paulo – O emirado de Dubai pretende ter 70% de sua geração elétrica a partir de gás natural. O restante será proveniente de carvão, energia nuclear e fontes renováveis, segundo declarou o diretor presidente do Departamento de Águas e Eletricidade de Dubai (Dewa), Saeed al Tayer, ao jornal The National, de Abu Dhabi. Nas próximas duas semanas, a Dewa deve contratar uma consultoria para o estudo de uma usina de geração elétrica a partir do carvão, sem emissões.
O emirado tem como meta a geração de 5% de sua energia elétrica a partir de energias renováveis nos próximos 20 anos, declarou o executivo, que é também vice-presidente do Conselho Supremo de Energia de Dubai. "Em 2020, poderemos ter pelo menos 1% de nossa geração proveniente de energias renováveis, alcançando 5% em 2030," declarou al Tayer ao jornal de Abu Dhabi.
Uma das tecnologias para a produção limpa a partir de carvão é a captura e armazenamento do carbono (CCS, na sigla em inglês), sem a qual a produção a partir de carvão emite mais gases geradores do efeito estufa do que usinas operadas a partir de gás natural. A CCS, apesar de ser considerada uma tecnologia cara, já está em estudo em Abu Dhabi. O emirado pretende injetar o gás carbono capturado em refinarias e unidades industriais em seus campos petrolíferos para ampliar sua capacidade de produção.
Segundo al Tayer, Dubai estuda todas as opções para geração elétrica, incluindo carvão e geração nuclear, apesar das críticas ao carvão e aos problemas nucleares no Japão.
O Conselho de Energia vai lançar sua estratégia energética de longo prazo durante o Fórum Energético Global de Dubai, na próxima semana. O fórum incluirá palestras de renomados peritos e cientistas da área energética ao redor do mundo, incluindo Mohamed ElBaradei, ex-diretor-geral Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ganhador do prêmio Nobel da Paz em 2005, e o ex-presidente indiano, Abdul Kalam, responsável pela produção do primeiro satélite indiano.
*Tradução de Mark Ament

