Geovana Pagel
São Paulo – O setor brasileiro de brinquedos, que movimenta R$ 2,5 bilhões por ano e gera mais de 26 mil empregos diretos, vai começar a desbravar o mercado árabe. Até o final do primeiro semestre deste ano, representantes da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) devem visitar Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, para prospectar o potencial da região e identificar possíveis representantes locais.
"Nossa intenção é transformar Dubai na porta de entrada para os brinquedos brasileiros no mundo árabe", diz o presidente da Abrinq, Synésio Batista da Costa.
Os 22 países árabes representam um mercado de US$ 7 bilhões para as exportações brasileiras em até três anos. Para garantir uma fatia deste bolo e aumentar a receita de exportação do setor, que hoje é de apenas R$ 150 milhões, a Abrinq vem desenvolvendo uma estratégia de parceiras com mercados alternativos.
Catar
O Catar, por exemplo, pode se transformar num futuro comprador, já que o país importa 100% dos brinquedos que consome.
"Se o Brasil conseguir apenas uma pequena parte deste mercado já vai significar muito", diz Costa.
Além disso, com uma população de 600 mil habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 19,6 bilhões, o Catar tem uma das rendas per capita mais altas do mundo, superior a US$ 32 mil.
Estratégia já começou
Na última semana o presidente da Abrinq participou de uma série de encontros comerciais para abrir novos mercados, como Johanesburgo, na África do Sul, Honk Kong e Pequim, na China.
"Nós conversamos com uma rede de lojas em Johanesburgo e pretendemos focar as vendas num nicho com maior valor agregado e volume", conta o presidente da Abrinq. Segundo ele, as primeiras vendas de brinquedos para o país africano devem se iniciadas até o final de 2004.
Com Honk Kong, de acordo com da Costa, o Brasil negocia a importação de tecnologia. "Eles são muito fortes em componentes de brinquedos", conta.
Já para o mercado de Pequim, que exporta brinquedos simples de plástico para o mundo todo, o Brasil quer vender produtos com maior tecnologia e, conseqüentemente, maior valor agregado, especialmente bonecas. "Teremos que fazer um estudo dos costumes e hábitos da família chinesa para desenvolvermos acessórios diferenciados, como roupas com estampas características", exemplificou.
"É um bom mercado. Por isso as vendas precisam ser bem estudadas e planejadas", comentou.
Para agilizar a parte operacional, Costa esteve nos Ministérios da Indústria e Comércio chineses. “As coisas são simples para importar na China.Também aproveitamos a viagem para contatar futuros representantes locais”, contou.
Encontro mundial
Antes de retornar ao Brasil, Costa viajou para Vancouver, Canadá, onde participou da reunião anual dos 47 presidentes de entidades de brinquedos do mundo a ICTI, da sigla em inglês.
Segundo ele, o encontro serviu para discutir as tendências dos brinquedos para 2005. "No ano que vem os brinquedos deverão atender as dualidades das crianças, como amor versus ódio e emoção versus rebeldia", afirmou. "O sucesso será garantido pelos produtos que permitam maior interatividade e que garantam a diversão por eles mesmos", garantiu.
A reunião marcou, também, a posse da nova diretoria da ICTI. O presidente da Abrinq foi eleito diretor para a América Latina da entidade mundial.
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