São Paulo – O emirado de Dubai espera o primeiro déficit fiscal de sua história em 2009, devido a gastos com grandes projetos de infraestrutura. Entretanto, segundo informa o jornal The Peninsula, do Catar, o emirado pretende ampliar seus investimentos em 11% este ano, de acordo com fontes do governo.
A previsão é que o déficit governamental alcance 4,2 bilhões de dirhans (US$ 1,14 bilhão) considerando o preço do barril de petróleo a US$ 45 por barril, segundo informou Nasser al-Shaikh, diretor geral do departamento de finanças de Dubai, ao jornal do Catar.
O total de gastos governamentais em 2009 deve alcançar 135 bilhões de dirhans (US$ 36,8 bilhões), segundo Shaikh. Ele acrescentou que desse total, 37,7 bilhões de dirhans (US$ 10,3 bilhões) serão aplicados em empresas públicas.
"O resultado operacional gera um superávit de 3 bilhões de dirhans, mas quando somamos os investimentos em infraestrutura, o déficit é de 4,2 bilhões de dirhans”, declarou Shaikh, com referência a grandes obras no emirado, como a rede de metrô e o novo aeroporto. Estes projetos não serão atrasados ou cancelados, declarou o executivo.
O déficit representa 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB) de Dubai ao final de 2007, segundo Shaikh. Para ele, o emirado deve voltar a ter superávits em dois ou três anos. "Temos uma série de opções. Uma é emitir papéis nos mercados de capitais assim que eles se recuperem", declarou o diretor geral, acrescentando que o emirado também pode consumir parte de suas reservas caso isso seja necessário.
O emirado de Dubai cancelou a emissão de 15 bilhões de dirhans (US$ 4,08 bilhões) em bônus do governo para o custeio de projetos de desenvolvimento "devido às condições de mercado", declarou o executivo.
Segundo o xeque de Dubai, Mohammed bin Rashid Al Maktoum, o emirado deve apresentar crescimento de 4% a 6% em 2009, contra previsões anteriores de 11%. "Na atual situação global o crescimento de 11% é impossível", declarou Maktoum. "Estamos atualmente revisando nossas estratégias".
De acordo com Shaikh, Dubai criou um comitê para analisar a crise global, da qual ele mesmo é membro. O grupo focou principalmente o setor imobiliário do emirado, que estava bastante aquecido. "Sabemos claramente o que está por vir no setor", declarou ele, acrescentando que em 2009 devem ser construídas apenas 32 mil novas unidades residenciais.
O Banco Central dos Emirados criou um fundo emergencial de 50 bilhões de dirhans (US$ 13,6 bilhões) em setembro do ano passado e o governo do país injetou 70 bilhões de dirhans (US$ 19,1 bilhões) em um sistema de resgate para depósitos bancários.
*Tradução de Mark Ament

