São Paulo – A Dubai World, holding que controla empresas estatais do emirado de Dubai, fechou um acordo de reestruturação de dívida, avaliado em US$ 24,9 bilhões, com a maior parte de seus bancos credores, segundo informa o jornal The National, de Abu Dhabi. O acordo inclui 99% dos credores bancários da Dubai World, responsáveis por mais de 99% da dívida a ser reestruturada. Os credores que não aceitaram a reestruturação podem processar a empresa em um tribunal criado no Dubai International Financial Centre.
Com a reestruturação, os empréstimos feitos à Dubai World serão unidos em duas dívidas, uma com vencimento em cinco anos e outra em oito anos. Para quitar as dívidas em sua data de vencimento, conforme noticiado pela ANBA, a empresa pode vender ativos como sua operadora portuária, a DP World, terceira maior empresa do setor no mundo. Entretanto, a organização pretende evitar a venda de seus ativos principais, torcendo por uma melhora no mercado de crédito, permitindo novo arrolamento da dívida.
Em novembro do ano passado, a Dubai World, uma das três holdings estatais de Dubai, anunciou uma moratória do pagamento de dívidas, pedindo a seus credores a reestruturação. A Dubai nomeou Aidan Birkett, da empresa Deloitte, para a consultoria no processo.
O Governo de Dubai criou um comitê de supervisão e aplicou na Dubai World dinheiro proveniente do Fundo de Apoio Financeiro de Dubai (DFSF) e outros US$ 15 bilhões recebidos do Banco Central e do Governo de Abu Dhabi.
Foi estabelecido também um comitê de coordenação de sete bancos credores da Dubai World, incluindo o HSBC, Standard Chartered, Lloyds Banking Group, Royal Bank of Scotland, Bank de Tokyo Mitsubishi além do Abu Dhabi Commercial Bank e Emirates NBD.
Embora a reestruturação de dívidas da Dubai World represente um grande passo para o governo de Dubai, o emirado ainda tem grandes problemas na área. A Dubai World negocia atualmente a venda de sua principal empresa no setor imobiliário, a Nakheel, que também está em processo de negociação de dívidas com credores. A Dubai Holding, outra holding do governo do emirado, também pediu moratória e estuda uma possível reestruturação de dívida.
*Tradução de Mark Ament

